Os Serviços Municipalizados de Castelo Branco (SMCB) completaram 80 anos no dia 20 de
dezembro 2024. A data foi assinalada numa Cerimónia Comemorativa, no Centro de Cultura Contemporânea da cidade, que contou com a entrega de medalhas a cerca de 60 trabalhadores dos SMCB com 25 ou mais anos de serviço, como forma de reconhecimento, esforço e dedicação.
Na Sessão de Abertura, a Administradora Sónia Mexia reconheceu que o 80º aniversário é um “marco significativo” para esta instituição que já enfrentou várias transformações e adaptações, mas que “manteve sempre a essência: servir com dedicação, qualidade e responsabilidade”.
Os SMCB apresentam um “legado de compromisso com a comunidade e de investimentos
contínuos”, tendo em vista os desafios do futuro, como as alterações climáticas, as exigências legais europeias e a transformação digital.
Sónia Mexia informou que, no seguimento das comemorações, durante o próximo ano serão feitas diversas iniciativas, “estreitando os laços com a comunidade”, entre as quais a realização de uma exposição sobre a história dos SMCB e ações de sensibilização.
“Serviços Municipalizados têm uma vida longa, mas não envelheceram”
Maria José Batista, Mandatária da Comemoração do 80º Aniversário, marcou presença na
Cerimónia e constatou que “os Serviços Municipalizados de Castelo Branco têm uma vida longa, mas não envelheceram”, antes pelo contrário, acompanharam a evolução dos tempos e modernizaram-se, através da adoção de sistemas tecnológicos, como o programa AQUAmatrix ou a aplicação myAqua.
A ex-administradora dos SMCB enumerou alguns dos trabalhos construídos e renovados ao
longo destes 80 anos e avançou com números: 829 quilómetros de redes de água, 428
quilómetros de redes de saneamento e 116 quilómetros de redes separativas.
“Intervenções de grande dimensão e grande impacto” Leopoldo Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco e do Conselho de Administração dos SMCB, deu os parabéns e elogiou os trabalhadores dos Serviços Municipalizados, que “resolvem problemas, às vezes de forma quase invisível, a qualquer hora do dia e da noite”.
No seu discurso, Leopoldo Rodrigues frisou vários investimentos feitos durante este mandato:
• a renovação da frota automóvel, tendo já sido adquiridas 10 novas viaturas, ligeiras e pesadas;
• a construção de 2 locais de abastecimento com a utilização da água dos poços para fins
múltiplos: no Cansado e na Quinta das Pedras, que “já serviram os Bombeiros em duas situações de incêndio”, utilizando “recursos naturais que, de outra forma, não seriam utilizados”;
• um conjunto de intervenções “de grande dimensão e grande impacto”:
• Melhoramentos na Quinta da Carapalha (investimento de cerca de 4 milhões de euros, a
iniciar no próximo ano)
• Reabilitação e conservação da Rua de S. Tiago (investimento de cerca de 1 milhão de euros)
• Renovação das infraestruturas nas Ruas dos Combatentes da Grande Guerra e dos
Bombeiros Voluntários (investimento de 400 mil euros)
• Requalificação do Canal da Avenida de Zhuhai (investimento de cerca de 650 mil euros, a
começar no início do ano, que visa “a renaturalização daquele canal e resolver um
problema de estrangulamento de águas no canal”)
• Renovação de infraestruturas na Rua de S. José em Malpica do Tejo (investimento de 161
mil euros)
• Renovação das colunas dos ramais de água nas localidades de Grade, Pousafoles, Paiágua e Paradanta (investimento de 121 mil euros) “Projeto de Recolha de Biorresíduos reconhecido por várias entidades”
O Autarca referiu, também, novos desafios a enfrentar no futuro que nos “devem fazer refletir” e “reverter o número de toneladas de lixo que levamos para aterros”. Atualmente, o Município de Castelo Branco paga 52 euros por tonelada de resíduos à Valnor, abaixo do custo de operação. Em 2025, esse valor vai subir para cerca de 86 euros por tonelada de resíduos a colocar em aterro.
As implicações que estes custos poderão ter nos clientes reforçam a importância do projeto de Recolha de Biorresíduos, levado a cabo pelos SMCB, que minimiza esta pegada. Trata-se de um programa “exemplar, reconhecido por várias entidades”, que começou pelos clientes não domésticos (grandes produtores) e já foi alargado aos clientes domésticos.
“Não se utilizará a água da Barragem da Marateca para rega sem termos alternativas”
Em relação aos 80 anos dos SMCB, o Presidente do Conselho de Administração destacou duas decisões estruturantes na sua história:
1 – Construção da Barragem de Santa Águeda / Marateca: permitiu assegurar de forma
continuada o abastecimento de água ao concelho de Castelo Branco, sendo que, atualmente, se estende por mais três concelhos: Vila Velha de Ródão, Idanha-a-Nova e Fundão.
2 – Redimensionamento dos SMCB: integração de um conjunto de serviços que estavam na
dependência da Câmara Municipal, que foram agregados aos Serviços Municipalizados e que “lhe deram robustez e uma outra dimensão”, melhorando, paralelamente, a eficiência.
Sobre o tema das barragens e das novas possibilidades e novos desafios, Leopoldo Rodrigues deixou claro que, “enquanto for Presidente da Câmara Municipal, ninguém se atreverá a utilizar a água da Barragem de Santa Águeda / Marateca para rega sem termos alternativas, pois recordamos bem os tempos em que Castelo Branco não tinha água e não podemos, em nenhuma circunstância, pôr em causa o abastecimento de água aos albicastrenses”.