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Um Leigo Experimenta a IA

Devo ter começado a ouvir falar da IA e respetivos desenvolvimentos, como
Chatgtp, chato, etc. lá para 2022. Não liguei muito, penso que isto das novidades
tecnológicas já deixou de nos espantar e de querer logo conhecer: a experiência,
perante tantas ofertas e”grandes avanços e descobertas”, levou-nos a esperar e ver se vale menos a pena, até porque quem se deixar levar pela curiosidade ou
“necessidade” de estar (por vezes só para mostrar…) sempre “update”, perde-se
perante tantas “inovações revolucionárias”. Um bom exemplo são os carros
eléctricos – vale a pena comprar? – ou os mais variados “gadgets”.

Pelo menos eu funciono assim, que ainda sou do tempo em que as grandes
novidades se encontravam nas aparelhagens e colunas de som, para outros nas
câmaras fotográficas ou, para os mais abonados, nos últimos modelos dos carros,
que diferiam mais no aspeto externo que nos extras internos.

Voltando à IA e “companhia”, a verdade é que agora parece que toda a gente usa,
seja para responder a perguntas triviais, seja como auxiliar no trabalho.

Já sabemos as generalidades sobre as suas vantagens e desvantagens:
simplificação, economia de tempo, redução de falhas nas tarefas repetitivas; já as
desvantagens envolvem custos de implementação elevados, possível perda de
empregos humanos e a falta de emoção e criatividade, para além de não anularem
a possibilidade de respostas incorretas. Sem dúvida que auxiliam na investigação
científica e na consequente aplicação prática e, claro, deve ser muito utilizada pelos
jornalistas para estruturarem notícias para publicação imediata, além de muitas
outras utilizações em quase todas as profissões, alguns estudantes mesmo para
facilitar algum trabalho escolar. E há outras aplicações mais assustadoras e com
objetivos bem pouco éticos.

Este escrito é elaborado na perspetiva da pessoa comum, cujo tipo de trabalho ou
emprego não necessita, diretamente, das vantagens da IA (que parece requerer 1/2
litro de água para gerir entre 10 a 50 respostas texto, como refrigeração…mas isso
é outra história…).

Confesso que já experimentei mas, depois de algumas perguntas como “quem foi o
Eusébio”, ou “onde fica Macau” que, diga-se, foram respondidas corretamente,
concluí que as respostas representavam, essencialmente, apresentar os resultados
duma pesquisa online num motor de busca tipo Google ou Yahoo, mas agora em
escrita corrida, sistematizada, e não num “mero” desfilar de sites a consultar. Num
motor de busca teremos de abrir o site, confirmar se é confiável e está atualizado, e
aí procurar a resposta de forma mais ou menos rápida. Temos de ser nós escolher
onde procurar, que endereços abrir perante a grande quantidade de sítios que nos
são apresentados, e tirar as nossas conclusões. A IA apresenta-nos um resumo
(escrito ou falado) da “leitura” que fez em milhares de sites. Deverei colocar
questões mais complexas e desafiantes para a “amiga IA”?

É prático e rápido, é verdade, mas desde logo me parece que fico limitado na
resposta recebida, porque quem fez a síntese que recebo seguiu padrões aplicados – por humanos – na plataforma que utilizo. Pensa por mim. Se eu pesquisar por “luta
de estudantes em Tianamen”, se o site for chinês a resposta dirá que foi “terrorismo
financiado pelo capitalismo”, mas se for americano (ou de outro país dito livre) a
resposta será “massacre de estudantes que lutavam pela liberdade”.

Eu sei que a própria pesquisa, num vulgar motor de busca, também funciona por
algoritmos viciados, mas pelo menos apresenta mais alternativas, mais links onde
encontrar distintas respostas.

Claro que é útil, “faz a papinha toda”, mas os perigos inerentes são evidentes,
parece limitar o raciocínio bem, considerando que, após quatro ou cinco buscas
gratuitas nos diversos chats, todos eles obrigam a fazer subscrição paga, ainda não
decidi se vale a pena.

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Joaquim Correia
Joaquim Correia
“É com prazer que passo a colaborar no jornal Regiões, até porque percebo que o conceito de “regiões” tem aqui um sentido abrangente e não meramente nacional, incluÍndo o resto do mundo. Será nessa perspectiva que tentarei contar algumas histórias.” Estudou em Portugal e Angola, onde também prestou Serviço Militar. Viveu 11 anos em Macau, ponto de partida para conhecer o Oriente. Licenciatura em Direito, tendo praticado advocacia Pós-Graduação em Ciências Documentais, tendo lecionado na Universidade de Macau. É autor de diversos trabalhos ligados à investigação, particularmente no campo musical

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