A África do Sul e a União Europeia (UE) realizam, esta quinta-feira, uma cimeira na Cidade do Cabo, com o objetivo de reforçar os laços bilaterais e discutir as questões geopolíticas mais urgentes. O encontro, que terá a presença de altos responsáveis europeus e sul-africanos, visa aprofundar a cooperação entre os dois blocos em áreas chave, incluindo comércio, segurança, defesa, e as transições digital e ecológica.
Em fevereiro de 2025, António Costa, ex-primeiro-ministro de Portugal, sublinhou a importância de estreitar os laços entre a UE e a África do Sul, destacando o papel estratégico do país africano como parceiro “fiável e previsível”. O presidente do Conselho Europeu, que participa da cimeira, reiterou esse posicionamento, expressando apoio à liderança da África do Sul no G20 e manifestando a intenção de fortalecer a cooperação multilateral, nomeadamente no âmbito do Pacto para o Futuro, para enfrentar as principais questões globais.
A agenda da cimeira aborda uma vasta gama de temas, entre os quais as relações comerciais, os investimentos, a segurança energética, a investigação científica, a educação e a aquisição de materiais críticos. A guerra na Ucrânia, que atravessa um dos seus momentos mais críticos, será igualmente um ponto central de discussão, assim como os múltiplos conflitos no Médio Oriente, e as situações de instabilidade na República Democrática do Congo, Sudão e Sudão do Sul.
A União Europeia tem procurado expandir os seus contactos com outras nações e blocos económico-políticos, como o Mercosul, em resposta ao enfraquecimento das suas relações bilaterais com os Estados Unidos. O encontro entre a UE e a África do Sul ocorre num momento estratégico, em que o país africano assume a presidência rotativa do G20 até novembro de 2025. Este é o primeiro ano em que um país africano lidera o grupo das 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana, reforçando a relevância da África do Sul no cenário geopolítico global.
A próxima presidência do G20 será assumida pelo Brasil, continuando a tendência de crescente protagonismo dos países emergentes no palco internacional.