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Putin Desafia o Ocidente: “Não Há Medo de Sanções” e Rejeita Ultimatos Europeus

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou esta terça-feira que Moscovo não teme as sanções do Ocidente impostas em resposta à guerra na Ucrânia, embora tenha admitido a necessidade de o país estar preparado para enfrentar as suas consequências.

“Não há necessidade de ter medo. Quem começa a ter medo perde rapidamente”, afirmou o chefe de Estado russo durante um encontro com representantes de uma organização empresarial, numa altura em que as potências ocidentais voltam a ameaçar com um novo pacote de sanções.

Putin defendeu que a Rússia deve manter a vigilância e antecipar os efeitos de futuras restrições. “Temos de estar preparados para qualquer movimento que os nossos potenciais adversários possam fazer”, sublinhou, numa referência clara às recentes ameaças por parte dos líderes do Reino Unido, Alemanha, França e Polónia.

Os países europeus exigem a cessação imediata dos combates na Ucrânia e ameaçam Moscovo com sanções mais severas caso o Kremlin recuse o cessar-fogo de um mês proposto. O novo chanceler alemão, Friedrich Merz, reafirmou a intenção de avançar com o 17.º pacote de sanções da União Europeia, atualmente pronto para votação em junho. Merz expressou confiança de que os 27 Estados-membros da UE apoiarão a iniciativa.
Em resposta, o Kremlin rejeitou qualquer ultimato e acusou os líderes europeus de agirem com hostilidade e falta de respeito diplomático.

Putin declarou ainda estar disposto a participar em conversações diretas com representantes ucranianos na quinta-feira, em Istambul, mas não confirmou a sua presença no encontro. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou que uma eventual ausência do seu homólogo russo seria o “sinal definitivo” de que Moscovo não deseja encerrar o conflito nem está disposto a negociar. Zelensky apelou aos aliados ocidentais para imporem sanções “mais pesadas” de sempre caso Putin falte à reunião em Istambul.

Durante a mesma intervenção, Vladimir Putin anunciou que entre 50 mil e 60 mil russos alistam-se “voluntariamente” todos os meses para combater na Ucrânia. Este número, segundo o líder do Kremlin, evidencia o contraste com a alegada “mobilização forçada” por parte da Ucrânia, que descreveu como uma tentativa de recrutamento “como cães”.
A Rússia tem evitado recorrer a mobilizações em massa como a de setembro de 2022, que levou ao recrutamento de 300 mil homens. Contudo, o contingente militar russo tem sido reforçado com mercenários, prisioneiros e até soldados norte-coreanos.

As autoridades russas continuam sem divulgar dados oficiais sobre as suas baixas. Estimativas independentes, como as divulgadas por um projeto conjunto da BBC e do órgão russo Mediazona, indicam que pelo menos 107 mil soldados russos morreram até 5 de maio de 2025. Este número poderá ascender a 165 mil se se tiverem em conta indicadores de mortalidade excessiva entre homens.

Do lado ucraniano, Zelensky revelou em dezembro que 43 mil soldados morreram e 370 mil ficaram feridos desde o início do conflito, embora se admita que os números reais possam ser mais elevados.

Desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, Kiev tem recebido apoio militar e financeiro do Ocidente, enquanto os aliados têm aplicado sucessivas sanções a setores-chave da economia russa, numa tentativa de enfraquecer a capacidade do Kremlin de financiar a guerra.

A guerra, que já ultrapassou os três anos, mantém-se num impasse sangrento, e as declarações de Putin deixam clara a intenção de Moscovo em continuar a resistir, mesmo sob pressão crescente da comunidade internacional.

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