O capitão do cargueiro Solong, registado em Portugal, foi acusado de homicídio por negligência grave após uma colisão fatal com o petroleiro Stena Immaculate no mar do Norte, ao largo da costa leste de Inglaterra, na segunda-feira. O incidente resultou na morte de um membro da tripulação e no incêndio de ambos os navios.
O capitão russo Vladimir Motin, de 59 anos, natural de São Petersburgo, foi detido pelas autoridades britânicas e permanecerá sob custódia até a sua audiência no Tribunal de Magistrados de Hull, marcada para sábado. Motin enfrenta acusações graves, incluindo homicídio voluntário por negligência, em conexão com a colisão entre o Solong e o Stena Immaculate, que transportava combustível destinado às forças armadas dos Estados Unidos.
A Polícia de Humberside, responsável pela investigação, confirmou que o membro da tripulação desaparecido foi encontrado morto após uma busca extensiva. O falecido foi identificado como Mark Angelo Pernia, um cidadão filipino de 38 anos. A família de Pernia está a ser apoiada por agentes especializados.
O Solong, que tem a bandeira portuguesa, colidiu com o Stena Immaculate a cerca de 16 quilómetros da costa inglesa, incendiando ambos os navios. A investigação está a ser conduzida por autoridades do Reino Unido, dos Estados Unidos e de Portugal, países que registam as embarcações envolvidas.
De acordo com o Ministério Público britânico, não há até ao momento qualquer indicação de que o incidente tenha alguma ligação com a segurança nacional. No entanto, o Departamento de Investigação de Acidentes Marítimos do Reino Unido está a examinar as causas que levaram o cargueiro a atingir o petroleiro, que se encontrava ancorado.
O cargueiro Solong, pertencente à empresa alemã Ernst Russ, já tinha sido alvo de inspeções anteriores que revelaram falhas nas verificações de segurança. Em julho, durante uma inspeção em Dublin, na Irlanda, a embarcação falhou nas comunicações de emergência e na leitura da bússola. Mais tarde, em outubro, na Escócia, outras deficiências foram identificadas, embora o navio não tenha sido retido após nenhuma das inspeções.
Este trágico incidente levanta questões sobre a segurança nas embarcações e sobre a responsabilidade dos capitães na prevenção de acidentes marítimos. A investigação continua para apurar todos os detalhes e as responsabilidades envolvidas.