Uma investigação de grande escala envolvendo a NATO e autoridades judiciais de vários países europeus resultou na detenção de vários indivíduos suspeitos de corrupção em contratos para aquisição de equipamento militar, incluindo munições e drones.
A operação foi desencadeada na sequência de suspeitas levantadas pela agência da NATO responsável pelas aquisições, a NSPA (NATO Support and Procurement Agency), sediada no Luxemburgo. Esta agência detectou possíveis irregularidades na adjudicação de contratos a empresas de defesa, tendo alertado as autoridades competentes, o que originou a abertura formal do inquérito.
A justiça belga confirmou a detenção de dois suspeitos, tendo um deles sido colocado em prisão preventiva. O outro foi libertado após ter sido interrogado. Em comunicado, o Ministério Público da Bélgica informou que o caso “incide sobre alegadas irregularidades no processo de adjudicação de contratos destinados à compra de equipamento militar para a NATO, incluindo munições e drones”.
De acordo com os investigadores, há fortes indícios de que funcionários da NSPA – tanto no ativo como reformados – tenham fornecido informações confidenciais a empresas concorrentes, permitindo-lhes obter vantagem nos concursos públicos.
A polícia do Luxemburgo levou a cabo diversas buscas nas instalações da NSPA e noutros locais associados, tendo apreendido documentação considerada relevante para o avanço do processo. As autoridades judiciais do Grão-Ducado confirmaram a colaboração com forças policiais da Bélgica, Países Baixos, Itália, Espanha e Estados Unidos, que realizaram ações coordenadas resultando em detenções em várias jurisdições.
A NATO declarou, através de uma porta-voz, que está a cooperar ativamente com as autoridades envolvidas e que continuará a apoiar os esforços para responsabilizar os autores de qualquer conduta criminosa. A organização sublinhou ainda o seu compromisso com os princípios de transparência e integridade nos seus processos de aquisição.
Este escândalo surge num momento sensível para a NATO, que prepara uma nova proposta para que os países-membros aumentem os seus gastos em defesa até 5% do PIB, reforçando o investimento em equipamentos e capacidades militares.
As investigações prosseguem, estando previstas novas diligências nos próximos dias.