Quinta do Chinco, em Castelo Branco, vai servir de modelo ao projecto.
Candidato-me à Câmara Municipal de Idanha-a-Nova para ser o presidente de todos os idanhenses, e quero prestar a mesma atenção a todas as freguesias do concelho: desde a Aldeia de Santa Margarida, à vila da Zebreira, sem esquecer as restantes aldeias, vilas e demais povoações do seu vasto território, todas elas com um lugar muito especial no meu coração. Porém, admito que, ainda que com desculpável predilecção, olho com particular carinho para uma das suas freguesias. Falo, naturalmente, da minha aldeia, o Ladoeiro, que, muito embora não sendo o meu berço, é a terra dos meus pais e avós. Apenas por essa razão eu apresentei já publicamente alguns projectos para o Ladoeiro. E é rigorosamente pelo mesmo motivo que gostaria de divulgar hoje ainda um outro, através do qual, com custos muito reduzidos, tenciono valorizar a freguesia e ao mesmo tempo dar utilidade a património do Município, votado a um perfeito abandono, por falta de ideias e de iniciativa política.
Sem prejuízo de, mais tarde, se poderem vir a desenvolver outro tipo de actividades ou infraestruturas no espaço em que quero implementar o projecto agora divulgado, quero, para já, repetir no Ladoeiro uma ideia que em Castelo Branco conseguiu alcançar um resultado muito positivo, como foram as Hortas Sociais da Quinta do Chinco.
Para quem não conhece, e de acordo com a divulgação oficial do Município de Castelo Branco, a Quinta do Chinco era uma antiga exploração agrícola, que depois de requalificada passou a abarcar um projecto que contempla dinâmicas no âmbito do desenvolvimento social, da agricultura familiar e da sensibilização ambiental. Nas Hortas Sociais da Quinta do Chinco estimula-se a integração e a convivência social entre diferentes gerações, com idades, aptidões físicas e heranças culturais variadas, e onde se fomenta o espírito comunitário e a entreajuda. Este espaço constitui também um apoio à subsistência das famílias e um complemento para a economia familiar, aspeto fundamental para famílias desfavorecidas e com baixos rendimentos, proporcionando-lhes, ainda, o acesso a uma alimentação mais variada e saudável. Na realização das Hortas Sociais promovem-se as atividades de horticultura e floricultura em modo de produção biológica, a qual impede o uso de pesticidas e fertilizantes químicos sintéticos. Incentivam-se, assim, as práticas ancestrais de trabalho do solo, o uso e a partilha sustentável da água e o aproveitamento das características naturais das plantas para, em conjunto, ajudarem a proteger as culturas.
Todos os utilizadores frequentam um Programa de Formação obrigatório, de forma de garantir a aquisição de competências para a prática da agricultura biológica e de cidadania nas Hortas Sociais. No entanto, e, paralelamente à utilização das hortas, esta infraestrutura tem vindo a ser otimizada através da interação com a comunidade, indo para além do fim a que inicialmente se destinava. Assim, têm vindo a ser desenvolvidas inúmeras atividades de carácter educativo, pedagógico e associativo, em plena comunhão com a comunidade envolvente, que visam a promoção e o incentivo da proteção do meio ambiente, dos recursos naturais, da saúde, de uma alimentação saudável, da vida ao ar livre e em comunhão com a terra.
É justamente um projecto desta natureza, que congrega a valorização da paisagem, a preservação do património construído, a promoção e desenvolvimento de boas práticas agrícolas e ambientais, a troca de saberes e experiências tradicionais, sem esquecer a já mencionada componente social, que tenciono criar na antiga quinta do Sr. Miraltino, que há muitos anos foi adquirida pelo Município de Idanha-a-Nova. Nessa medida, já dei indicações ao meu gabinete de apoio para promover os contactos necessários junto do Município de Castelo Branco, de forma que os engenheiros e arquitectos que fazem parte da minha equipa de trabalho se possam deslocar à Quinta do Chinco, em vista de recolherem as informações e os dados técnicos para os primeiros estudos do projecto das Hortas Sociais da Quinta do Miraltino, no Ladoeiro.
