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Leopoldo Rodrigues: Promessas ao Vento e Festas ao Sol

Leopoldo Rodrigues tem o dom de fazer parecer que a cidade se encontra em plena efervescência de progresso, envolta em sua aura de político salvador. Com a pose de quem traz consigo as respostas para todas as questões e o discurso fluido de quem ensaia diante do espelho, Leopoldo move-se com a graciosidade de uma marioneta em cena. Mas, como qualquer boa peça de teatro, o que se passa nos bastidores é bem diferente. O brilho das festas e inaugurações que enchem as manchetes escondidas o vazio de uma gestão que se alimenta de gestos simbólicos e promessas que o vento leva com ele.

Na sua campanha quando foi eleito, Leopoldo prometeu transformar Castelo Branco num farol de desenvolvimento. Três anos depois, qual é o saldo? Algumas ruas requalificadas, meia dúzia de baldes entregues, e uma série de festas onde o protagonista é sempre o mesmo: ele próprio. A fórmula é simples, mas eficaz — cortar a fita num canto qualquer da cidade, e encher a população de promessas recicladas. O mais extraordinário é que, de alguma forma, consegue fazer parecer que cortar uma fita ou distribuir composto é uma obra de génio. E quem não aplaudir é, obviamente, ingrato. Afinal, ele está sempre a trabalhar… ou pelo menos, a fazer de conta.

Tomemos como exemplo o tão realizado “projeto Fusilli” nas Hortas Sociais da Quinta do Chinco. O nome até soa sofisticado, como se algo grandioso estivesse a ser implementado. Na prática? Um balde de baldes, precisamente dez distribuídos para compostagem. Sim, é esse o legado do grande plano de Leopoldo. O evento teve direito a conferência de imprensa, discursos, e até uma pose habitual para a fotografia com a senhora Vereadora. A importância deste gesto? Desaparece tão rapidamente quanto a emoção pela festa seguinte. A cidade fica, mais uma vez, a tentar agarrar o que já se esfumou.

Foto: Facebook / Leopoldo c/ Vereadora

E assim segue o reinado de Leopoldo Rodrigues: uma sequência interminável de eventos onde as promessas são lançadas ao vento e os problemas reais são meticulosamente ignorados. A sua governança é um exercício de ilusionismo político. Faz magia com números, discursos e fotografias, mas quando o fumo se dissipa, ficamos apenas com a triste realidade de uma cidade que parou no tempo. O que aconteceu às promessas eleitorais que tantos votos lhe garantiram? Desapareceram, envoltas no glamour das festas e no tilintar dos copos nos eventos sociais.

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O problema não é tanto o que Leopoldo faz, mas o que deixa de fazer. Enquanto entregam prêmios e cortes de fitas, as escolas continuam a precisar de investimento, os transportes públicos seguem ineficazes e o desenvolvimento econômico continua uma miragem. A cidade vive ao ritmo das suas celebrações e selfies, mas a substância, essa, parece eternamente adiada. Como se a verdadeira governança fosse apenas uma nota de rodapé numa agenda preenchida de festas.

A mediocridade deste mandato é patente. Quando um governo se limita a inaugurar aquilo que qualquer administração decente faria sem grande alarde, o que nos resta é um teatro de fantasias, onde o brilho das luzes esconde a falta de um verdadeiro roteiro para o futuro. Castelo Branco não precisa de mais festas, nem de mais promessas ao vento. Precisa de trabalho concreto, de soluções reais, de um líder que saiba arregaçar as mangas e enfrentar os desafios de frente.

Mas Leopoldo Rodrigues parece mais interessado em fazer de conta que governa. O seu mandato é um palco montado, onde cada gesto é calculado para a fotografia, cada ação cronometrada para o noticiário da noite. O problema é que, quando a cortina desce, a cidade continua à espera. À espera que Leopoldo finalmente faça aquilo que prometeu. Até lá, o espetáculo continua. As festas seguem, o sol brilha e as promessas esvoaçam, levadas pelo vento, enquanto Castelo Branco assiste ao desenrolar deste pequeno teatro que, de épico, tem muito pouco.

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Fernando Jesus Pires
Fernando Jesus Pireshttps://oregioes.pt/fotojornalista-fernando-pires-jesus/
Jornalista há 35 anos, trabalhou como enviado especial em Macau, República Popular da China, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coréia do Sul e Paralelo 38, Espanha, Andorra, França, Marrocos, Argélia, Sahara e Mauritânia.

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