É um pássaro? É um avião? Não, é Leopoldo Rodrigues a dar de frosques para o estrangeiro enquanto o PS de Castelo Branco decide brincar às conferências de imprensa. Parece anedota, mas não é. O presidente da câmara, eleito com pompa e circunstância, acha que gerir uma cidade é coisa que se faz de longe e com um cocktail na mão. A sério, quem precisa de um líder presente e ativo quando se pode ter um ausente e… bem, ainda assim ausente?
Enquanto os albicastrenses esfregam os olhos, incrédulos, com a habilidade do PS de enfiar uma barragem e um regadio no mesmo saco, o pobre Leopoldo trata de bronzear o esqueleto em paragens mais exóticas. Quem disse que a política local tinha que ser entediante? Agora, o PS quer saber a opinião da população sobre a construção da Barragem do Barbaído. É uma ideia louvável, não fosse o pequeno detalhe de terem “esquecido” que o assunto já era uma promessa de campanha, uma daquelas que aparecem escritas em letras pequeninas e que depois caem no esquecimento como uma pedra no poço.
Mas não temam, cidadãos de Castelo Branco, porque o PS está cá para assegurar que nada, mas mesmo nada, será decidido sem ampla discussão. Claro, desde que não incomode as férias de quem devia estar ao leme. E quem é que organiza esta magnânima conferência? Uma mão cheia de jovens que, para efeitos práticos, sabem de política tanto quanto um peixe sabe de andar de bicicleta. Bem, talvez seja um pouco injusto para os peixes.
O mais curioso é a coragem do PS em chamar Luís Correia de artista da fuga. Pois, meus caros, parece que a habilidade de desaparecer quando o assunto aquece não é exclusiva do ex-presidente. Talvez fosse de esperar que um líder, quando confrontado com questões espinhosas como a construção de uma barragem, estivesse à frente para enfrentar a situação. Mas não, o nosso Leopoldo optou pela estratégia da avestruz com uma pitada de turista: enterra a cabeça na areia, ou melhor, na areia da praia, e deixa os outros resolverem o problema. Estratégia brilhante, não?
E assim vai a política em Castelo Branco. De um lado, um PS que faz questão de lembrar aos albicastrenses que as suas promessas são só para enfeitar. Do outro, um presidente que, na hora de dar a cara, prefere dar o fora. Entre promessas por cumprir e um verão que nunca mais acaba, resta aos albicastrenses esperar que, pelo menos, a barragem seja construída antes que o sol se ponha definitivamente sobre esta cidade governada por ausências e promessas vãs.