O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs este sábado o início de negociações diretas entre Moscovo e Kiev no próximo dia 15 de maio, em Istambul, afirmando que a Rússia está disposta a dialogar sem condições prévias.
Em declarações prestadas à imprensa no Kremlin, Putin afirmou: “A Rússia está pronta para negociações sem condições prévias. Propomos que comecem na próxima quinta-feira, 15 de maio, em Istambul”. O líder russo revelou ainda que pretende discutir o assunto nas próximas horas com o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anfitrião sugerido para o encontro.
A proposta surge no mesmo dia em que a Ucrânia, com o apoio de vários aliados europeus, lançou um ultimato a Moscovo: aceitar um cessar-fogo completo e incondicional de 30 dias a partir de segunda-feira ou enfrentar um novo pacote de sanções de larga escala.
Putin não comentou diretamente esse ultimato, mas deixou críticas aos governos europeus, acusando-os de tratarem a Rússia “de forma rude e com ultimatos”. Defendeu que a instauração de uma trégua deverá ser integrada num processo mais amplo de negociações, que aborde de forma séria as raízes do conflito, iniciado com a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
O Presidente russo indicou que as conversações propostas deverão centrar-se nas “causas profundas do conflito”, sem excluir a possibilidade de resultar num “novo cessar-fogo”. Sublinhou ainda que esse cessar-fogo deverá ser genuíno e mutuamente respeitado, podendo constituir “o primeiro passo para uma paz sustentável a longo prazo”.
Desde o início da ofensiva russa, há mais de três anos, o conflito provocou dezenas de milhares de mortos e a ocupação de cerca de 20% do território ucraniano por forças russas. Apesar de vários apelos internacionais à trégua, os combates continuam em várias frentes, com consequências devastadoras para a população civil e a estabilidade regional.
A proposta russa representa uma nova fase potencial nas tentativas diplomáticas de pôr fim à guerra, num momento em que a pressão internacional sobre Moscovo atinge níveis inéditos. A aceitação ou recusa desta iniciativa por parte da Ucrânia e dos seus aliados poderá definir os próximos passos da guerra — ou de um eventual processo de paz.