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Quem cuida dos nossos idosos deve merecer maior atenção por parte de toda a comunidade

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O concelho de Idanha-a-Nova apresenta uma estrutura etária com características muito particulares, com um envelhecimento estrutural da sua população. Com efeito, não é possível ignorar que a repulsão populacional e o seu envelhecimento são aspectos marcantes da demografia do concelho. E se dúvidas existissem, os números não deixariam margem para equívocos. Vejamos. Entre 1991 e 2021 Idanha-a-Nova perdeu 5274 pessoas, e, de 13630 habitantes, em 1991, passou para 8356, em 2021, o que corresponde a uma taxa de variação negativa de 38,69%. Verificou-se, assim, neste período, um crescimento natural negativo, que se deve á superioridade de óbitos, em face dos nascimentos ocorridos. Em síntese, o decréscimo populacional é uma evidência, e tem sido progressivo e generalizado à totalidade do concelho.

Por outro lado, com base no último momento censitário (2021) e tendo por referência os três grupos populacionais, designados por grupos funcionais: (0-14) população jovem, (15-64) população activa, e população idosa (com mais de 65), pode concluir-se que a estrutura etária da população do concelho é envelhecida, com apenas 8,68% de população jovem, 48,53% de população adulta, e com dois quintos (42,80%), de população idosa. Há localidades com mais de metade da população que ultrapassa os 65 anos, caso de Toulões, Proença-a-Velha, Rosmaninhal, Penha Garcia, Monsanto, Idanha-a-Velha, Medelim, e São Miguel de Acha, e o número de dependentes idosos por cada 100 indivíduos activos, em todo o concelho, é de, aproximadamente, 75,5

Quando estes dados fariam prever que a assistência ao idoso e o apoio às instituições que prestam assistência ao idoso seriam uma nota dominante e mais que justificada no discurso político, uma vez que a actual estrutura etária da população assim o exige, mas também porque esta realidade terá os seus efeitos projectados no futuro de médio e longo prazo, a verdade é que o assunto se encontra perfeitamente afastado da ordem do dia das agendas do executivo e da oposição.

Entendo que, por ser uma matéria de relevante interesse social, e que está compreendida nas atribuições cometidas às autarquias locais, a assistência ao idoso e o apoio às instituições que lhe prestam assistência, em concelhos com as características como o de Idanha-a-Nova, deve assumir na agenda política um lugar de destaque. As instituições particulares de solidariedade social do nosso concelho prestam aos nossos idosos um serviço inestimável, e devem ser tratadas como parceiras e não como o parente pobre das políticas sociais locais, a quem se estende a mão em caso de estrema necessidade. As ajudas financeiras concedidas pelo Município de Idanha-a-Nova às IPSS do concelho não podem ser medidas avulsas e desgarradas de um plano estratégico alargado, como se fossem uma espécie de cuidado paliativo. É preciso olhar seriamente para esta questão, mas é preciso olhar para ela de uma forma sistemática e integrada. Porque os nossos idosos precisam e merecem os nossos cuidados. Mas também porque quem cuida dos nossos idosos deve merecer maior atenção por parte de toda a comunidade.

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Pedro Rego
Pedro Rego
Advogado. Escreve artigos sobre diversas temáticas para o jornal ORegiões.

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