A Universidade Sénior de Idanha-a-Nova presta um inestimável serviço à comunidade e por isso entendo que é preciso manter e até reforçar o apoio público concedido a esta instituição
Assisti, no passado domingo, na minha aldeia, a uma pequena peça de teatro, realizada pelo grupo cénico da Universidade Sénior de Idanha-a-Nova, no chamado salão cultural do Ladoeiro. No palco, um fotografo “á la minuta” pateta satisfazia um cortejo de clientes xexés, que se dirigiam ao seu estúdio para que aquele lhes fizesse um retrato à moda antiga. Não obstante a singeleza do cenário, as más condições acústicas do espaço e a sua manifesta falta de manutenção, os pequenos diálogos (como se calcula autênticas conversas de surdos) em que se traduziam as várias cenas daquele acto desencadeavam no publico constantes aplausos e sinceras e repetidas gargalhadas.
Ora, a propósito do referido teatrinho, dei por mim a fazer duas reflexões principais. Por um lado, considero inquestionável a importância que se deve atribuir a este tipo de actividades, uma vez que elas se traduzem em momentos de socialização, e promovem o convívio, despertam interesses, valorizam e ampliam os conhecimentos da população sénior.
As academias ou universidades seniores são respostas socioeducativas de grande utilidade, que visam criar e dinamizar actividades sociais e culturais inclusivas, dirigidas aos mais idosos, em vista da promoção de um envelhecimento activo. Elas proporcionam ainda uma aprendizagem ao longo da vida, e contribuem para o bem-estar e envelhecimento saudável, minimizando o isolamento social e assegurando o direito à não discriminação.
Conheço bem este tipo de actividades, desde logo porque tive a oportunidade e o grande privilégio de ter sido convidado a colaborar, enquanto professor, com a Universidade Sénior de Castelo Branco, tendo aí dado aulas de história da arte, área em que também tenho formação académica.
Quanto à Universidade Sénior de Idanha-a-Nova, embora nunca tendo sido convidado a colaborar com a mesma, sei e reconheço que desenvolve um sem-número de actividades dirigidas aos nossos idosos, cujos objectivos específicos são melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, desenvolver regularmente atividades sociais, culturais, científicas, desportivas, de convívio, capacitação digital, de turismo e de lazer, desenvolver conferências, colóquios, seminários, encontros pedagógicos e de formação de âmbito geral, promovendo encontros intergeracionais, entre outros.
Por tudo isto, e reconhecendo todo o trabalho já realizado no passado, entendo que, de futuro, é preciso manter e até reforçar o apoio público dado à Universidade Sénior de Idanha-a-Nova, para que gargalhadas como aquelas que ouvi no passado domingo se multipliquem pelas aldeias, vilas e lugares do nosso concelho.