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Unidade Local de Saúde do Médio Tejo: A promessa de cobertura falha em Cuidados Primários, com menos Médicos de Família e mais utentes desprotegidos

A Unidade Local de Saúde do Médio Tejo (ULS-MT), criada em janeiro de 2024, nasceu com o objetivo de melhorar a coordenação e a eficiência dos cuidados de saúde na região, ao integrar o Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) e o Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo (ACES-MT). Este modelo abrange onze municípios da sub-região do Médio Tejo, excetuando Ourém e acrescentando Vila de Rei, e prometia otimizar tanto os cuidados hospitalares como os primários.

Contudo, passados dez meses desde a sua criação, os dados refletem uma realidade bem diferente daquela esperada, com fortes preocupações em torno dos Cuidados de Saúde Primários, frequentemente vistos como “parente pobre” da ULS-MT. Enquanto os recursos hospitalares são prioritários, as carências nos centros de saúde acentuam-se, com um impacto evidente na cobertura de Médicos de Família, essencial para a continuidade dos cuidados e o acompanhamento regular dos utentes.

Segundo os números atuais, verificam-se retrocessos significativos na cobertura com Médicos de Família:

Redução de 3.542 utentes com Médico de Família desde janeiro deste ano e de 4.227 nos últimos dois meses.

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Aumento de 3.296 utentes sem Médico de Família desde janeiro e de 6.246 nos últimos quatro meses.

Estes números resultam de um complexo fluxo de entrada e saída de utentes (incluindo imigrantes, falecimentos e migrações), mas também de uma falta de reposição de médicos. Em abril, o número de utentes inscritos começou a crescer consideravelmente, sobrecarregando os cuidados primários. Nos últimos dois meses, a saída de três Médicos de Família, sem contratação de novos profissionais, agravou ainda mais esta situação, criando um desequilíbrio na capacidade de resposta dos centros de saúde.

Para a população da região, as implicações são sérias e preocupantes. A diminuição de cobertura em Cuidados de Saúde Primários levanta dúvidas sobre o futuro próximo: estarão os centros de saúde da ULS-MT à altura de responder ao aumento contínuo de utentes sem Médico de Família? E mais: que confiança podem os cidadãos depositar na recém-criada ULS-MT, que ainda não conseguiu resolver o problema crónico da falta de cobertura nos cuidados primários?

Estes números e a ausência de soluções concretas para o défice de médicos na região pressionam a ULS-MT a clarificar e a reavaliar urgentemente as suas estratégias, sob risco de perder a confiança dos utentes que, em número crescente, veem-se desamparados.

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