Faleceu Celeste Caeiro, uma das figuras mais marcantes na história do 25 de Abril de 1974, conhecida por transformar o cravo num símbolo da Revolução dos Cravos. Tinha 91 anos. A notícia foi confirmada pela SIC, através de fonte ligada ao Partido Comunista Português (PCP).
Celeste Caeiro tornou-se um ícone da liberdade ao distribuir cravos pelos militares na manhã do 25 de Abril, num gesto espontâneo que marcaria para sempre a memória coletiva dos portugueses. Nascida em 1933, Celeste trabalhava num restaurante em Lisboa, onde, naquele dia, foi-lhe oferecido um conjunto de flores para celebrar a inauguração do espaço. Com a revolução em curso, a inauguração foi cancelada, e Celeste decidiu distribuir os cravos pelos soldados que encontrava nas ruas da capital.
Este gesto simples e simbólico conquistou imediatamente os militares e a população, que começaram a enfeitar os canos das espingardas com os cravos vermelhos, dando origem ao nome e ao espírito da Revolução dos Cravos.
Celeste Caeiro manteve-se, ao longo da vida, uma defensora dos ideais de liberdade e justiça social. Reconhecida pela sua contribuição para a história e memória do país, foi frequentemente homenageada em cerimónias evocativas do 25 de Abril.
A sua morte representa a perda de um dos rostos mais emblemáticos da democracia portuguesa. A figura de Celeste, com o seu gesto despretensioso mas profundamente transformador, continuará a inspirar gerações e a simbolizar a esperança e a liberdade conquistadas naquela madrugada histórica.