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Putin aprova novo conceito de política externa da Rússia

O presidente Vladimir Putin aprovou o conceito atualizado da política externa da Rússia. Um relatório sobre o tema foi apresentado ontem em reunião do Conselho de Segurança pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

Putin aprova novo conceito de política externa da Rússia
DR

“Mudanças dramáticas na vida internacional obrigaram-nos a ajustar seriamente os principais documentos de planeamento estratégico. Entre eles está o Conceito de Política Externa da Federação Russa, que descreve os princípios, tarefas e prioridades da atividade diplomática”, disse Putin.

O conceito atualizado contém a ideia da necessidade de pôr termo ao monopólio do Ocidente na formação da estrutura da vida internacional, que deverá basear-se não nos interesses egoístas do Ocidente, mas num justo equilíbrio de interesses, sublinhou.

A lógica do documento reflete as realidades geopolíticas em mudança e, de facto, as revolucionárias “mudanças no contorno externo”, que foram aceleradas com o início da operação militar especial (na Ucrânia), acrescentou Lavrov durante a reunião do Conselho de Segurança.

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“Em particular, é declarado o nível sem precedentes de tensão internacional na última década. É reconhecida a natureza existencial das ameaças à segurança e ao desenvolvimento do nosso país, criadas pela ação de Estados hostis”, afirmou.

A atitude em relação a outros estados e associações interestatais passará a ser determinada pela natureza construtiva, neutra ou hostil de sua política em relação à Federação Russa.

Nessa perspectiva – refere o documento hoje aprovado – a Rússia reserva-se o direito de usar as suas forças armadas para repelir e impedir um ataque armado contra si ou contra os seus aliados. Este é provavelmente um dos pontos mais importantes do documento.

O texto do conceito atualizado também observa que a Rússia se esforça por garantir segurança igual para todos os estados com base no princípio da reciprocidade. “A Rússia se autodeterminou como um país-civilização original, uma vasta potência eurasiática e euro-pacífica, uma fortaleza do mundo russo, um dos centros soberanos do desenvolvimento mundial, desempenhando um papel único na manutenção do equilíbrio global de poder e para garantir o desenvolvimento pacífico e progressivo da humanidade”, diz o documento.

Uma parte significativa do documento é dedicada às relações do Ocidente com o resto do mundo. A Rússia não se considera inimiga do Ocidente, não se isola dele e não tem intenções hostis, mas conta com sua consciência da futilidade do confronto com a Rússia, da aceitação de realidades multipolares e de um retorno à interação baseada nos princípios da igualdade soberana e do respeito pelos interesses de todos e cada um, afirma.

Uma das teses-chave é que a Rússia se esforça para formar um sistema de relações internacionais que assegure a preservação da identidade cultural e civilizacional, segurança e igualdade de oportunidades de desenvolvimento para todos os estados.

Para facilitar a adaptação a um mundo multipolar, a Federação Russa pretende priorizar a eliminação dos vestígios do domínio dos Estados Unidos e de outros Estados hostis nos assuntos mundiais, criando condições para o abandono por qualquer Estado das velhas ambições neocoloniais e hegemónicas.

A Rússia considera o curso dos EUA como a principal fonte de política anti-russa, criando riscos à sua segurança e à paz internacional, pelo que uma maior independência em relação aos EUA teria impacto positivo na segurança e no bem-estar dos países europeus, diz o documento.

As prioridades da política humanitária da Rússia no exterior são neutralizar a campanha de russofobia, protegendo a língua russa, a cultura russa, a actividade desportiva e a Igreja Ortodoxa Russa de quaisquer discriminações; a Rússia defende a consolidação dos esforços internacionais destinados a proteger os valores espirituais e morais universais e tradicionais.

A Rússia contribuirá para reduzir a capacidade de estados hostis de abusar de seu monopólio ou posição dominante em certas áreas da economia mundial, esforçando-se, ao mesmo tempo, para expandir a participação dos estados em desenvolvimento na governança económica global.

Grande importância é dada ao aprofundamento e coordenação dos laços com “centros globais de poder” amigáveis ​​- China e Índia, bem como à cooperação com a América Latina e a África, numa base isenta de ideologia e mutuamente benéfica.

No final de dezembro de 2022, a porta-voz oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que Moscovo, ao preparar o projeto de novo conceito de política externa, levou em consideração o novo conceito estratégico da NATO.

Ela também observou que o conceito russo é baseado em princípios como consistência, independência, abordagem multisetorial, abertura, previsibilidade, pragmatismo e confiança nos interesses nacionais.

Fonte – Área Militar/Brasil

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Carlos Fino
Carlos Fino
Quase quatro décadas como comunicador, Carlos Fino foi distinguido com diversos prémios. Entre os quais se destacam o grande prêmio Português de imprensa (1994). Costuma ser lembrado como "Aquele repórter do Furo Mundial" , por ter sido o primeiro a anunciar, com imagens ao vivo, o bombardeamento de Bagdade na Guerra do Iraque (2003).

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