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Catarina Martins critica declarações de Pedro Nuno Santos sobre imigração: “Ouvi com muita perplexidade”

A eurodeputada e antiga coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, expressou ontem a sua surpresa e perplexidade face às declarações do líder do PS, Pedro Nuno Santos, sobre a imigração. Durante um encontro pré-jornadas parlamentares em Coimbra, Catarina Martins questionou a visão de Pedro Nuno Santos sobre os impactos da imigração nos serviços públicos, sublinhando a necessidade de uma maior aposta no investimento nestes serviços, e não de restringir a imigração.

“Ouvi, como vocês terão ouvido, com muita perplexidade, as declarações de Pedro Nuno Santos sobre a imigração. Sou daquelas pessoas que acha tão bonito, ao fim de semana de manhã, no centro de Bruxelas, ver um grupo de pessoas a discutir o jogo do Benfica e sentir o cheiro a frango assado, como ver no centro de Lisboa alguém a jogar críquete e sentir cheiro a caril”, afirmou Catarina Martins, destacando o carácter enriquecedor da diversidade cultural que a imigração traz ao país.

A antiga líder do BE questionou ainda a lógica de associar o aumento da imigração ao colapso dos serviços públicos. “A solução é dizer que é o excesso de imigrantes que pressiona os serviços públicos ou é pelo contrário dizer que é o investimento em serviços públicos que o nosso país precisa para dar resposta a toda a gente?”, interrogou Martins, frisando que o problema real reside no desinvestimento pré-existente nos serviços públicos, antes mesmo da chegada de imigrantes a Portugal.

Martins lembrou que muitas comunidades em Portugal já enfrentavam dificuldades no acesso a cuidados de saúde e educação, muito antes de a imigração ter se intensificado. “Perguntem quantas comunidades deste país, que sentem falta do seu centro de saúde ou que a sua escola não tem meios, se é por causa dos imigrantes que sentem essa falta. Não é”, sublinhou, reforçando que a chegada de imigrantes também tem contribuído para o aumento da oferta de cuidados aos mais velhos, por exemplo, áreas onde a população imigrante tem tido um papel fundamental.

Para Catarina Martins, a solução não passa por restringir a imigração, mas sim por investir na qualidade dos serviços públicos, de modo a garantir que todos, incluindo imigrantes, tenham acesso aos mesmos. A eurodeputada reafirmou ainda que a esquerda deve manter uma posição firme em relação ao combate ao crime, especialmente no que diz respeito à regularização da situação dos imigrantes.

“A questão do crime na imigração não está na presença de imigrantes, mas na falta de regularização das pessoas imigrantes. O verdadeiro crime é obrigar alguém que chega ao país à procura de uma vida melhor, a trabalhar e a contribuir, mas sem os direitos básicos que lhe permitam viver dignamente”, acrescentou Martins, apontando a exploração laboral a que muitos imigrantes são sujeitos devido à sua situação irregular.

O almoço comício, que teve lugar ontem em Coimbra, antecede as Jornadas Parlamentares do BE, que se realizam na próxima segunda e terça-feira, e têm como tema “Casa e tempo para viver”. Além de Catarina Martins, também estiveram presentes a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, e a deputada Marisa Matias.

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