Antigo Presidente acredita que novo escrutínio pode trazer estabilidade e reduzir influência de partidos extremistas.
O antigo primeiro-ministro e Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, defendeu num artigo exclusivo publicado no jornal “Expresso” que só novas eleições legislativas poderão desbloquear o atual impasse político em que o país se encontra.
No artigo, Cavaco Silva argumenta que as políticas necessárias para aumentar o bem-estar das famílias portuguesas só poderão ser bem-sucedidas num contexto político estável, o que, segundo ele, exige a realização de novas eleições legislativas, antecipadas ou não.
Apoiando Luís Montenegro, o ex-líder do PSD reconhece que a situação política atual, caracterizada pela dificuldade de entendimentos com os partidos da oposição, está a afetar negativamente o crescimento da produção interna, da produtividade e da competitividade externa.
Cavaco Silva acredita que a solução passa por um novo escrutínio legislativo que possa originar uma maioria parlamentar e um “novo quadro político” com menos preponderância de “partidos extremistas”. Defende ainda a possibilidade de um pacto de regime para a aprovação de políticas favoráveis ao país.
Ao longo do artigo, Cavaco Silva sublinha a importância de um cenário político onde seja possível implementar reformas estruturais que promovam o desenvolvimento económico e social de Portugal. Para ele, apenas um governo com uma base parlamentar sólida poderá levar a cabo as mudanças necessárias para o progresso do país.
Este apelo a novas eleições surge num momento de grande tensão política, com a atual governação a enfrentar sérios desafios na obtenção de consensos que permitam avançar com as suas políticas. Cavaco Silva, conhecido pela sua experiência e pela influência que ainda detém na política portuguesa, lança assim um repto às forças políticas para que considerem seriamente a convocação de novas eleições como forma de resolver o atual bloqueio político.
Impacto e Reações
A proposta de Cavaco Silva já começou a gerar reações no panorama político nacional. Alguns sectores aplaudem a iniciativa, considerando-a uma saída viável para a crise atual, enquanto outros alertam para os riscos e incertezas associadas a um novo processo eleitoral.
Resta agora saber se este apelo terá força suficiente para mobilizar as lideranças partidárias e, eventualmente, levar à convocação de novas eleições que possam alterar o cenário político em Portugal, proporcionando a estabilidade que Cavaco Silva considera essencial para o progresso do país.
