Sinopse Ampliada:
Um filme com figurinos do principio do século passado, tão atual nos dias de hoje!
Em “Crónica de um Malandro Albicastrense,” o coração satírico da Beira Baixa pulsa com um humor afiado que desafia a cena política local de Castelo Branco. Este filme, com uma veia irreverente que lembra os clássicos de Vasco Santana e António Silva, mergulha no microcosmo das intrigas e ambições provincianas, onde as figuras públicas se tornam caricaturas hilárias e absurdas.
O protagonista, Chico, é o típico “malandro com coração,” um sapateiro de profissão que nas horas vagas se transforma num comediante local. Amado pelo povo e visto como uma “ameaça” pelos políticos da cidade, Chico usa sua sagacidade para esmiuçar as figuras da cena pública, arrancando risadas enquanto critica o jogo de poder que governa a cidade. O seu maior desafio, no entanto, é conquistar Tatão, a ambiciosa funcionária da perfumaria que sonha em sair do “modesto” mundo albicastrense.
Mas o caminho de Chico até o coração de Tatão é complicado: ele encara a concorrência do arrogante Acácio, um empresário rico e “bon-vivant” que, graças aos seus contatos duvidosos, ostenta uma posição de poder na cidade. Acácio representa o lado mais exibicionista da política local, menosprezando Chico com um olhar superior, acreditando que influência vale mais do que talento. Nessa disputa, a figura de Acácio se torna uma metáfora da corrupção e do provincianismo que reinam na política da região.
Além de Chico e Acácio, a corte política albicastrense é povoada por personagens que simbolizam as fragilidades da esfera pública: o presidente da Câmara, uma figura vaidosa e obcecada pela popularidade, a vereadora da Cultura, que usa cada evento para autopromoção, e o presidente da Junta, um autoproclamado “mecenas” cultural que promete transformar Castelo Branco numa metrópole artística. Em cenas hilárias, o presidente da Junta organiza um “grande ato cultural” — uma mistura de rancho folclórico e fanfarras de garagem que promete “revolucionar” o cenário artístico… mas apenas serve para inflar o seu próprio ego.
“Crónica de um Malandro Albicastrense” é uma ode cómica à política de uma cidadezinha onde tudo é pequeno, exceto a vaidade e a ambição dos seus líderes. No estilo de uma sátira astuta e irónica, o filme faz o público rir ao mesmo tempo em que critica a hipocrisia e o provincianismo que conduzem a política regional. Com personagens bem conhecidos em qualquer cidade do interior, a narrativa apresenta Chico como o verdadeiro herói da trama, que tudo faz para trazer a informação aos jornalistas, para estes as noticiarem em manchetes locais: o “malandro” que, através do humor, desmascara os podres da elite.
Este filme promete conquistar os festivais nacionais e internacionais com sua crítica social envolta em humor e seu retrato afetuoso das verdades e ironias do Portugal interior. Em uma mistura de gargalhadas e reflexão, “Crónica de um Malandro Albicastrense” é um brado honesto do povo, onde os pequenos são heróis e a comédia portuguesa brilha como um espelho da sociedade.