Namasté! Continuamos com as crónicas sobre OS GRANDES MESTRES DO PASSADO, da Humanidade que, de alguma forma, influenciaram a nossa cultura, história e religiosidade. Perceber o seu contexto histórico e entender o que vieram trazer à Humanidade e em que isto se enquadra os dias de hoje.
Na última crónica abordei a vertente budista do Templo de SHAOLIM, fundada pelo Mestre Zazen, o Bodhidharma.
Hoje falarei sobre outro grande mestre, um filósofo chinês, da época de Buda. Hoje contarei sobre CONFÚCIO!

Confúcio é um termo latinizado que os missionários jesuítas deram aquando da chegada à China no séc. XVI. Mas, na verdade, o seu nome era Kǒng Fūzǐ. Nasceu entre 552 a.C. e 489 a.C., em Tsou, uma pequena cidade no estado de Lu, hoje Shantung. Foi um grande pensador e filósofo. Sua filosofia não construiu uma religião, pois esta não idolatrava nenhum Ser Omnipotente, nem tinha templo e nem sacerdotes. A sua filosofia construiu a base da ética e moral, pessoal e governamental, que orientou uma China Antiga, que vivia em permanente anarquia e sem nenhum tipo de leis gerais e autoridades reconhecidas.
Era uma época onde predominavam os principados feudais, disputando autoridades dos imperadores da dinastia Zhou, para além de poderosas famílias, os Meng, os Shu e os Ji, que rivalizavam entre si e usurpavam as prerrogativas e poderes do duque. No meio destas guerras, o povo era esquecido, a ordem pública era quase nula, os valores abandonados. Era uma sociedade quase anárquica!
Foi neste tipo de sociedade que cresceu Confúcio. A sua família era descendente dos Shag, uma família aristocrata – na segunda dinastia da China antiga – mas viviam sem recursos e onde ficou órfão de pai aos três anos de idade. Muito novo, teve de aprender a laborar para ajudar a família. Teve alguns mestres mas devido aos poucos recursos, maioritariamente teve de aprender sozinho, as letras, música, a arte do arqueiro. Era profundamente religioso.
Em adulto ingressou na administração do estado de Lu. Foi o responsável pelos celeiros estatais, que geriu de forma excecional gerando grandes lucros. A partir daí passou a ocupar vários cargos com maior responsabilidade, inclusive, a direção. A Dos pastos públicos, até alcançar, segundo os seus primeiros biógrafos, o de ministro das Obras Públicas e, mais tarde, o dos Assuntos Penais sob o mandato do duque Ding.
Todo este historial de vida deu bagagem a Confúcio para tentar concretizar o seu Sonho – poder ocupar um cargo relevante e com ele aplicar uma verdadeira reforma política baseada nas suas questões e pensamentos filosóficos!
No entanto, não concretizou. As intrigas entre as três famílias importantes daquele tempo, originou que Confúcio se despedisse de cargos administrativos e iniciou uma peregrinação aos reinos vizinhos, pelos seus 54 anos. O intuito era procurar um príncipe que o pudesse apoiar na implementação do seu projeto político.
Tal facto nunca aconteceu. Confúcio teve mais sorte na arte de ensinar.
Viajou por vários reinos da Velha China, durante 14 anos pregou a necessidade de uma mudança nos sistemas governativos, pregou o bem-estar dos súbditos, a diminuição das contribuições e o abrandamento das penalidades. As suas ideias acabaram por se espalhar por todo o continente asiático oriental.
Aos poucos foi sendo visto como um grande mestre de sabedoria. Angariou muitos discípulos que perpetuaram, com algumas alterações, as suas filosofias após a morte. E claro nasceu o Confucionismo, baseados nos procedimentos corretos nas relações sociais, na justiça e na sinceridade. Estes valores ganharam predominância na China em relação a outras doutrinas, como o legalismo e o taoísmo.
Ao completar 68 anos, Confúcio voltou a sua terra natal, Qufu, no estado de Lu, onde ensinava os seus estudantes, coligia e ordenava os livros clássicos até sua morte em 479 a.C., aos 73 anos.
Confúcio pregava a existência de cinco virtudes:
JEN– a humanidade, bondade, compreensão e o amor pelos outros;
YI – a justiça temperada pelo amor;
LI – regras adequadas de conduta, de polidez e de cerimoniais;
CHIH – autoconsciência da vontade do céu, sabedoria;
CH’I – sinceridade desinteressada.
O sonho de Confúcio é tão atual como sempre será! O sonho de qualquer governante (que verdadeiramente se interesse pelo seu povo).
Insistia que o governante deveria empenhar-se para que o povo vivesse em paz e prosperidade. Caso contrário, deveria ser substituído imediatamente!
Este foi o grande sonho de Confúcio :
«A criação de uma sociedade baseada em princípios éticos tão sólidos que dispensassem as leis».
Com filosofias e ideias de 2500 anos atrás, não deixam de ser IDEIAS ATUAIS!
Até à próxima crónica!
Namasté!
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Anabela Beirão
Terapeuta Holística
Consultas: 969472825
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