Elon Musk, o homem mais rico do mundo, manifestou ontem o seu apoio ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) durante um comício eleitoral realizado em Halle, no leste da Alemanha. O apoio foi dado por videoconferência, perante uma plateia de cerca de 4.500 pessoas. O multimilionário não poupou palavras de elogio à formação política, afirmando que a AfD representa “a melhor esperança para a Alemanha” e apelando ao “orgulho de ser alemão”.
Musk declarou ainda que “não há problema em ter orgulho de ser alemão” e incentivou os apoiantes a “lutar por um futuro brilhante para a Alemanha”. O empresário, que tem feito intervenções frequentes na política internacional, frisou que o governo atual da Alemanha “reprime agressivamente a liberdade de expressão” e apelou à AfD para lutar por “mais autodeterminação para a Alemanha e para os países da Europa, e menos influência de Bruxelas”.
A sua intervenção, que muitos consideraram desarticulada, também incluiu uma exaltação à “nação alemã”, mencionando a sua história milenar e citando o imperador romano Júlio César, que, segundo Musk, ficou “impressionado” com a resistência das tribos germânicas. Este tipo de discurso foi amplamente criticado por detratores, que consideram as palavras de Musk como uma tentativa de legitimar a ideologia radical da AfD.
Nas últimas semanas, o empresário tem interferido frequentemente na política alemã, usando a sua plataforma X para comentar temas sensíveis e mostrar apoio explícito à AfD. Este partido, conhecido pelas suas posições hostis em relação aos migrantes, encontra-se atualmente em segundo lugar nas sondagens para as eleições legislativas de 23 de fevereiro, com cerca de 20% das intenções de voto, atrás dos conservadores da CDU/CSU.
O apoio de Musk à AfD surge pouco depois de uma polémica gerada pela sua postura durante uma reunião com o ex-presidente norte-americano Donald Trump, na qual foi filmado realizando uma saudação que alguns qualificaram como “fascista” ou “nazi”. Musk não se pronunciou sobre a controvérsia, mas continua a polarizar a opinião pública com as suas ações e declarações políticas.
