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Estão a morrer 12 pessoas/dia com Covid-19

O epidemiologista Manuel Carmo Gomes alertou que Portugal está a enfrentar um aumento significativo nos casos de COVID-19 e nas mortes diárias, destacando a necessidade de medidas preventivas contínuas e reforço da vacinação. Como razões para este aumento de casos, o epidemiologista aponta a evolução do vírus SARS-Cov-2, com o surgimento de novas linhagens com capacidade de fugir aos anticorpos.

Estão a morrer 12 pessoas/dia com Covid-19
Foto: Nuno Fox – Manuel Carmo Gomes

Portugal está com uma média diária de 12 óbitos por covid-19 e perto de 400 novos casos, um número que quase triplicou desde finais de maio, disse esta quarta-feira o epidemiologista Manuel Carmo Gomes.

No fim de maio, Portugal tinha uma média de 130 notificações de casos positivos de covid-19 por dia e nos últimos sete dias a média diária rondou as 390, precisou o professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, ressalvando que no início de maio o número de notificações era “muito baixinho”, cerca de dez casos.

Em relação ao número de óbitos, Manuel Carmo Gomes disse que é de “aproximadamente 12 por dia”, o que representa também “um grande aumento relativamente há um mês”, em que se registavam cerca de três mortes diárias.

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“Se recuarmos aproximadamente dois meses, nessa altura tínhamos um óbito de dois em dois dias”, adiantou o epidemiologista e membro da Comissão Técnica de Vacinação Contra a Covid-19.

Segundo Carmo Gomes, também se registou “um aumento grande” do número de óbitos de doentes internados em hospitais públicos com teste positivo, o que não significa que estivessem hospitalizadas por covid-19.

Assinalou ainda o aumento de quase 30% de doentes internados que testaram positivo ao longo dos últimos três meses. “Neste momento, as pessoas que testam positivo para covid e estão internadas, um pouco mais de metade têm mais de 60 anos” e cerca de 24% mais de 80 anos, disse, apontando que, eventualmente, é nesta faixa etária que está a ocorrer a maior parte dos óbitos devido a terem várias doenças.

Evolução do vírus

Como razões para este aumento de casos, Carmo Gomes apontou a evolução do vírus SARS-Cov-2, com o surgimento de novas linhagens com capacidade de fugir aos anticorpos. “Praticamente já não temos proteção contra estas novas linhagens do vírus”, nomeadamente a KP.1, KP.2 e KP.3, que têm “uma série de descendentes” e são dominantes, neste momento, na Europa e na América.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), a sublinhagem KP.3 tornou-se maioritária em Portugal ao longo do mês de maio, mas é geral na Europa e na América.

“Todos temos anticorpos a circular no corpo porque já fomos vacinados e fomos infetados, etc., mas estas linhagens têm capacidade de fugir a estes anticorpos”, salientou.

Por outro lado, o epidemiologista observou que já passaram cerca de oito meses desde a última campanha de vacinação, que ocorreu no outono de 2023, tendo a proteção das pessoas contra o vírus baixado. Recordou ainda que a cobertura vacinal no passado outono “não foi brilhante”.

”As pessoas com mais de 60 anos tiveram uma cobertura vacinal de aproximadamente 66%, o que quer dizer que os outros 34% nem sequer foram vacinados no outono, já não têm contacto com a vacina há mais de um ano e meio”, observou.

Apesar de grande parte da população adulta não ter proteção contra a infeção, e se entrar em contacto com o vírus, através da inalação de partículas virais que estão em suspensão no ar, será infetada, está protegida contra “a doença greve”.

Segundo o especialista, a grande maioria “não tem uma doença muito grave, recupera e não vai parar ao hospital”.

Recomendações

Numa altura de férias, Manuel Carmo Gomes lembrou que o vírus SARS-CoV-2 continua a circular e lembrou algumas recomendações para evitar a infeção.

“A covid não tem características sazonais, pelo menos até ao momento, como a gripe que praticamente já desapareceu, mas continua entre nós e está a dar origem a esta onda” de infeções.

O epidemiologista aconselhou as pessoas de maior risco a evitarem estar em espaços não arejados com pessoas fora do seu círculo habitual.

Lembrou a importância de higienizar as mãos, nomeadamente não levar as mãos à boca ou aos olhos sem estarem lavadas, e o uso de máscara por pessoas que sabem que “são de alto risco”.

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