O Governo de Portugal anunciou a destinação de 10,2 milhões de euros para a aquisição de dois edifícios e um terreno com o objetivo de expandir o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), localizado em Lisboa. A confirmação foi dada por fonte oficial do Ministério da Cultura
A concretização desse projeto havia sido anunciada em 2023 pelo então primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro da Cultura da época, Pedro Adão e Silva. O plano previa um investimento inicial de aproximadamente 10 milhões de euros e a responsabilidade de aquisição dos imóveis foi delegada à Estamo – Participações Imobiliárias, empresa de capitais públicos, com prazo estipulado até ao final de 2024.
No entanto, de acordo com fonte do gabinete da ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, a aquisição não foi concluída dentro do prazo previsto, levando o atual Governo a reautorizar a despesa, aprovada em Conselho de Ministros. A medida permitirá a conclusão das negociações e a concretização da compra após a aprovação do Tribunal de Contas.
Os imóveis e o terreno adquiridos estão situados na Avenida 24 de Julho, nas proximidades das Janelas Verdes, localização atual do MNAA. Com essa expansão, espera-se resolver uma necessidade identificada há décadas, visto que o museu não passa por obras significativas desde 1940 e atualmente só consegue expor 5% de sua coleção de aproximadamente 50 mil peças.
A ampliação permitirá a criação de um novo acesso a partir da Avenida 24 de Julho, facilitando a acessibilidade dos visitantes. Além disso, a nova área, com cerca de 6.000 metros quadrados, contemplará novos espaços para exposições temporárias, zonas de restauro e reservas visitáveis.
O então diretor do MNAA, Joaquim Caetano, destacou em junho de 2024 que o projeto requer um planeamento detalhado, incluindo um plano arquitetónico e um concurso internacional para a execução das obras, devido à sua grande envergadura. Segundo ele, já existe um estudo de volumetria e ocupação dos espaços, mas os ajustes finais na museografia serão definidos com os projetistas.
A necessidade de expansão do MNAA foi apontada desde 1955, sendo reiterada por diretores e especialistas ao longo dos anos. O museu abriga importantes obras, como os icônicos Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, e a Custódia de Belém, de Gil Vicente, considerada um dos mais importantes tesouros da ourivesaria portuguesa.
Fundado em 1884, o MNAA detém a mais relevante coleção pública do país em pintura, escultura e artes decorativas, abrangendo períodos da Idade Média ao século XIX. É também a instituição que concentra o maior número de obras classificadas como “tesouros nacionais” e a maior coleção de mobiliário português.
O concurso internacional para a nova direção do MNAA foi aberto em setembro de 2024, em conjunto com outros museus sob gestão da empresa pública Museus e Monumentos de Portugal. No entanto, até o momento, o resultado da seleção ainda não foi divulgado.
Segundo informações do portal Mais Transparência, em 2024, o MNAA recebeu um financiamento de 4,97 milhões de euros por meio do Plano de Recuperação e Resiliência, destinado a melhorias e intervenções na instituição.
A expectativa é que, com a concretização da expansão, o Museu Nacional de Arte Antiga ganhe uma estrutura mais moderna e funcional, ampliando sua capacidade de exposição e conservação, além de proporcionar uma melhor experiência para os visitantes.