A cidade assiste, cada vez com mais incredulidade, à constante erosão da força política de Leopoldo Rodrigues. O mais recente exemplo foi o tristemente desinspirado Mercadinho de Páscoa, junto à Biblioteca Municipal António Salvado, cuja inauguração se revelou mais um episódio embaraçoso para um executivo que parece viver à margem da realidade local.
Outrora, este tipo de iniciativa mobilizava centenas de cidadãos. Famílias inteiras, jovens e idosos, enchiam a praça numa celebração da época pascal com cultura, animação e espírito comunitário. Hoje, sob a liderança de Rodrigues, o cenário é desolador: meia dúzia de acompanhantes, uma maioria composta por figuras ligadas à sua própria estrutura de propaganda, e uma ausência notória da população que outrora marcava presença com entusiasmo.
Este fracasso, longe de ser um episódio isolado, encaixa-se numa tendência preocupante. As iniciativas promovidas por Leopoldo Rodrigues revelam um padrão: muita encenação, pouca adesão. As chamadas “festinhas e festarolas”, que antes funcionavam como pontos de encontro e expressão cultural, são hoje meras tentativas de manter uma imagem pública desgastada e artificial. A verdade é simples e desconfortável — a população deixou de acreditar. Pior: deixou de querer participar.
Não se trata de cansaço sazonal ou de desinteresse pela vida da cidade. Trata-se, sim, de um desgaste profundo causado por políticas pouco consistentes, falta de visão estratégica e um claro desfasamento entre o que o executivo promove e o que os cidadãos realmente valorizam. A cidade não quer espectáculos de vaidade nem eventos encenados para alimentar redes sociais. Quer liderança, quer presença autêntica, quer políticas com substância.
Leopoldo Rodrigues, ao reduzir o Mercadinho de Páscoa a uma sombra do que foi, simboliza bem o estado do seu mandato: vazio de conteúdo, sem aderência popular, incapaz de mobilizar o que resta de esperança colectiva. Os sinais estão todos à vista. A cidade já não comparece. Já não acredita. E, mais grave, já nem tem paciência para fazer de conta que acredita.
Este é o verdadeiro desafio que Rodrigues enfrenta — não é a dificuldade logística de organizar um evento, mas o colapso quase total da sua credibilidade junto dos munícipes. A indiferença crescente, visível em cada cadeira vazia e em cada olhar ausente, é o maior alerta que um político pode receber. Se ainda houver escuta, é tempo de repensar tudo. Caso contrário, o vazio que hoje se viu na inauguração do Mercadinho da Páscoa junto à Biblioteca António Salvado pode muito bem antecipar o que virá nas urnas.