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Leopoldo Rodrigues e o Show de Anúncios: Entre Muralhas Caídas e Soluções Que Nunca Chegam

Esta semana, a cidade assistiu a um espetáculo político digno de uma comédia de enganos, onde o Presidente da Câmara, Leopoldo Rodrigues, protagonizou um verdadeiro número de ilusionismo. Num cenário em que a muralha da credibilidade se desmoronava, o senhor Rodrigues, com a sua destreza política, decidiu esconder a bagunça com mais uma cortina de fumo. A culpa da situação desastrosa que se vive na cidade, particularmente no campo da Proteção Civil, como é sabido, permanece “solteira” – ninguém a quer assumir.

Para aliviar as tensões e desviar as atenções, decidiu lançar um daqueles anúncios que já nos habituou: “O tribunal administrativo central poderá vir para a cidade para as antigas instalações da antiga escola de enfermagem.” Ora, será este mais um anúncio de papel ou há algo mais? Quem, afinal, deu luz verde ao Governo local para tal? E mais importante, o que se vai fazer com as águas Vale do Tejo que, pelo visto, ainda não têm destino? Ah, e já agora, a questão que ninguém se atreve a colocar: por que razão, na altura, o próprio Presidente afirmava que o edifício da antiga Caixa Geral de Depósitos (CGD) era pequeno para albergar o tribunal, quando agora as instalações da escola de enfermagem, um espaço mais pequeno e sem condições, se tornam a solução? A resposta parece simples: basta um bom truque de palco, e a plateia, confusa, vai aplaudir.

Mas os truques não param por aqui. A cidade continua a ser palco de um retrocesso quase surreal, com o Presidente a continuar a ser o mestre de uma política de pacotilha que, claramente, só serve para entreter durante uma campanha eleitoral que se aproxima a passos largos. O antigo edifício da PSP, agora prestes a desabar junto ao Governo Civil, poderia ser a solução perfeita para albergar serviços ou até um museu, mas claro, isso está longe do radar do Sr. Rodrigues e sua equipa mal assessorada. Como é possível não ver as soluções já disponíveis à nossa frente? Ou será que os olhos da câmara estão demasiado voltados para o brilho de uma fonte decorativa também esta assente num problema e feita com os outros problemas da cidade? Um charme, sem dúvida.

E se o Sr. Rodrigues pensa que os cidadãos não notam a falta de visão e a falta de consistência nas suas promessas, mais um aviso: a obra de requalificação da Rua de Santiago é a prova de que até as intenções mais nobres se tornam em pesadelos logísticos. Como é que os autocarros, com as suas enormes dimensões, vão conseguir entrar na rua, com tantos ferros ao lado esquerdo do passeio? E, já que estamos a falar de segurança, como é que os carros de bombeiros, com os seus autotanques, conseguem chegar a um eventual incêndio no hotel da zona, com o passeio e a rua tão apertados? Aqui está um desafio que foi aprovado pelos serviços da câmara, mas que, caso fosse uma obra particular, teria sido reprovada à partida. No mínimo, os ferros no passeio deveriam ser rebatíveis para emergências, algo que, surpreendentemente, passou despercebido à administração municipal.

Em suma, esta semana foi uma prova clara de como a cidade continua a ser conduzida por uma administração perdida, que vive entre anúncios vazios, promessas distantes e soluções de fachada. A muralha da confiança desmoronou-se, e com ela, a esperança de uma política que realmente coloque a cidade em primeiro lugar. A culpa? Bem, essa parece continuar a morrer solteira, como sempre.

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Fernando Jesus Pires
Fernando Jesus Pireshttps://oregioes.pt/fotojornalista-fernando-pires-jesus/
Jornalista há 35 anos, trabalhou como enviado especial em Macau, República Popular da China, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coréia do Sul e Paralelo 38, Espanha, Andorra, França, Marrocos, Argélia, Sahara e Mauritânia.

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