Emmanuel Macron alertou que os programas políticos dos extremos estão a conduzir a França para “a guerra civil”. Em declarações feitas num podcast, o Presidente francês criticou tanto a União Nacional (extrema-direita) como a França Insubmissa (extrema-esquerda), argumentando que ambas as forças políticas dividem a sociedade e fomentam conflitos.
“A resposta da extrema-direita, porque faz referência a pessoas ou a uma religião ou origem, divide e empurra para a guerra civil”, afirmou Macron no podcast “Génération Do It Yourself”. Por outro lado, acrescentou, a França Insubmissa promove “uma forma de comunitarismo (…) que também conduz à guerra civil”, rematando que ambas as abordagens remetem as pessoas exclusivamente para a sua filiação religiosa ou comunitária.
A menos de uma semana da primeira volta das eleições legislativas antecipadas, Macron enfatizou que a solução para os problemas de segurança e reconhecimento das minorias não reside nos extremos, mas sim numa maior eficácia dentro do quadro republicano. “Quando as pessoas estão fartas de tudo, quando a vida é difícil no dia-a-dia, podem ser tentadas por extremos que oferecem soluções mais rápidas. Mas a solução nunca estará na rejeição dos outros”, frisou.
Em resposta ao “terramoto político” causado pela derrota do seu partido Renascimento nas eleições europeias de 9 de junho e pela vitória esmagadora da União Nacional, Macron dissolveu a Assembleia Nacional e convocou eleições legislativas antecipadas, agendadas para os dias 30 de junho e 7 de julho.
Macron sublinhou ainda a necessidade de ser “muito mais firme, muito mais efetivo” nas áreas onde “a República não conseguir proporcionar igualdade de oportunidades”.