Presidente da República mantém disposição para colaboração com novo Executivo, salientando importância da aprovação do Orçamento do Estado.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reiterou no domingo a necessidade de manter com o novo Governo a mesma postura colaborativa que teve com o anterior, visando uma “frente comum perante problemas nacionais”. Marcelo destacou a importância da aprovação do Orçamento do Estado, considerando-a uma prioridade para garantir a estabilidade política e financeira do país.
“Tenho a obrigação de, havendo problemas importantes ou decisões importantes, ainda que por menos tempo e de forma menos intensa, ter a mesma predisposição relativamente ao novo primeiro-ministro e ao novo Governo, por menos tempo porque o mandato está mais próximo do fim”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa durante a inauguração de uma exposição em Vila Franca de Xira, em resposta às questões dos jornalistas sobre a nova fase de coabitação com o Governo de Luís Montenegro.
O Presidente recordou a sua postura nos últimos anos, sublinhando a necessidade de estar ao lado do primeiro-ministro e do Governo em momentos cruciais, mesmo que isso desagradasse à sua área política. Referiu-se especificamente ao apoio dado durante a crise financeira, crise bancária, incêndios e pandemia, em colaboração com António Costa.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, a solidariedade em momentos críticos implica que o Presidente da República esteja “em conjunto, em muitos momentos com o parlamento, mas noutros com o primeiro-ministro e com o Governo, naquilo que é uma frente comum perante problemas nacionais”.
O Presidente alertou ainda que um eventual chumbo do Orçamento do Estado para 2025 poderá abrir uma “crise política”. Enfatizou a urgência de questões fundamentais para o país, incluindo os desafios decorrentes da guerra na Ucrânia e a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), descrevendo-o como uma “corrida contra o tempo”.
Questionado sobre a importância da aprovação do Orçamento do Estado para 2025, Marcelo reafirmou que a estabilidade política e económica são preferíveis, acrescentando que esta estabilidade depende dos partidos. “Sabendo da experiência do passado, é bom isso estar presente precisamente porque estamos numa situação internacional pior, porque estamos com o PRR atrasado, porque temos desafios económicos e financeiros pela frente muito urgentes. Se for possível haver a viabilização do orçamento, melhor”, concluiu o Presidente da República.