A multinacional Ara Shoes anunciou o despedimento de mais 180 trabalhadores em Seia, a decisão foi comunicada na sexta-feira aos trabalhadores e à Câmara de Seia. Após o primeiro despedimento coletivo (outubro de 2023), a Ara de Seia manteve cerca de 550 colaboradores, sendo um dos maiores empregadores do concelho.
A multinacional alemã de calçado Ara Shoes anunciou o despedimento de mais 180 pessoas em Seia, no distrito da Guarda, depois de nos últimos meses ter dispensado 130 trabalhadores, aumentando as preocupações da Câmara Municipal.
A decisão de encerrar a secção da costura levando ao despedimento de 180 trabalhadores até outubro foi comunicada na sexta-feira aos trabalhadores e à Câmara Municipal de Seia.
“Fomos informados na sexta-feira numa reunião com a administração que a partir de 01 de outubro iam avançar com o processo de despedimento coletivo abrangendo 180 trabalhadores”, confirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Seia, Luciano Ribeiro.
O autarca referiu que a intenção da empresa é a alteração tecnológica da produção tradicional para os métodos de injeção e que nesse processo a Ara pretende requalificar até 60 trabalhadores para a secção de injeção.
“Ainda assim, e conseguindo-se isso, serão 120 trabalhadores que acabam no desemprego, o que para nós é um motivo de alerta e que acompanhamos com preocupação”, realçou o autarca de Seia.
Luciano Ribeiro salientou que este novo despedimento “coloca novos desafios” e que a Câmara mantém uma grande proximidade com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) para poder encontrar respostas para os trabalhadores.
A empresa iniciou em março o despedimento de 130 trabalhadores com a redução de seis para três linhas de costura, a secção que agora a empresa pretende encerrar.
De acordo com o autarca, os últimos trabalhadores do primeiro despedimento coletivo deram entrada no Centro de Emprego de Seia depois de 15 de junho. A Câmara Municipal continua a receber garantias de que a produção se vai manter em Seia.
“A empresa afirma que com este processo de transformação que há um reforço para o futuro para a manutenção da empresa, concentrando aqui tudo o que são serviços logísticos e armazém de exportação na Europa. E também o reforço e investimento na secção de injeção e em novas formas de produzir o calçado”, relatou Luciano Ribeiro.
Após o primeiro despedimento coletivo, a Ara de Seia manteve cerca de 550 colaboradores, sendo um dos maiores empregadores do concelho. A agência Lusa contactou a empresa, que optou por não prestar declarações.
A Ara Shoes, com sede em Vila Nova de Gaia, implementou-se em Portugal em 1974, tendo a unidade de produção de Seia, a única a laborar no país, começado a funcionar em 1991.