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Não se pode confiar a gestão pública a quem falhou na sua própria gestão

A nomeação do deputado João Ribeiro, do Chega, para cargos de relevo nas comissões parlamentares de Orçamento, Finanças e Administração Pública, bem como a sua candidatura à presidência da Câmara Municipal de Castelo Branco, suscita um debate urgente sobre os critérios que regem a escolha dos nossos representantes políticos.

João Ribeiro, aos 37 anos, é titular de um histórico empresarial marcado por insolvências e por dívidas elevadas à Segurança Social e às Finanças, uma realidade que não pode ser ignorada. A sua presença em comissões que lidam diretamente com o orçamento e a administração pública suscita dúvidas legítimas sobre a sua capacidade para exercer tais funções com a seriedade e rigor exigidos.

A gestão pública exige competência, transparência e um profundo sentido de responsabilidade — qualidades que se colocam em causa quando um gestor empresarial não consegue honrar os seus compromissos financeiros. É inconcebível que alguém com um passivo relevante junto do Estado possa ser encarado como um exemplo a seguir na supervisão das contas públicas e na liderança de reformas estruturais.

Este cenário não só mina a confiança dos cidadãos nas instituições democráticas, como pode alimentar a perceção de que a política é um refúgio para quem falha no sector privado, em detrimento do interesse público. A responsabilidade social e fiscal deveria ser um critério básico para ocupar cargos de decisão e supervisão na administração pública.

Os partidos políticos e o Parlamento têm a obrigação ética de assegurar que os seus representantes reúnam não apenas o perfil político, mas também a integridade e competência necessárias para servir o interesse coletivo. É urgente exigir que critérios claros e rigorosos orientem as nomeações, afastando a política do amadorismo e da inconsciência financeira.

O exemplo de João Ribeiro é um alerta claro: não se deve premiar a incapacidade de gestão pessoal com cargos públicos decisivos. A credibilidade da política depende de escolhas que valorizem o mérito, a responsabilidade e o respeito pelas obrigações para com o Estado e a sociedade.

Nota Legal:

Este artigo constitui uma opinião fundamentada e está protegido pela Constituição da República Portuguesa, nomeadamente pelos direitos à liberdade de expressão e de opinião (Artigos 37.º e 38.º). A crítica baseia-se em factos públicos, apresenta uma argumentação responsável e evita linguagem injuriosa, respeitando os limites legais da liberdade de expressão no contexto da crítica política.

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Fernando Jesus Pires
Fernando Jesus Pireshttps://oregioes.pt/fotojornalista-fernando-pires-jesus/
Jornalista há 35 anos, trabalhou como enviado especial em Macau, República Popular da China, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coréia do Sul e Paralelo 38, Espanha, Andorra, França, Marrocos, Argélia, Sahara e Mauritânia.

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