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Atividade Sísmica: Uma Reflexão Sobre o Último Sismo em Marrocos em Setembro de 2023

Uma reflexão sobre a atividade sísmica em Marrocos. Desde o ano 2000 que percorri Marrocos de lés a lés, por várias vezes, integrado em expedições.

O Aumento da Atividade Sísmica Marrocos
O Regiões (Arquivo)

Ao viajar pelo país, observei que, uma das muitas qualidades deste povo é ser hospitaleiro, apesar de viverem com muito pouco. Também me saltou à vista a forma como vivem em casas de construção de “qualidade” fraca.

O Aumento da Atividade Sísmica Marrocos
O Regiões (Arquivo)

Esta notícia do sismo de magnitude considerável deste fim de semana ( 9/9) em Marrocos, num país logo ali com porta para o Sahara, foi um evento traumático que causou danos significativos a edifícios, infraestrutura e, infelizmente, perda de vidas. O evento serve como um lembrete sombrio de como a natureza pode ser imprevisível e implacável, e também nos faz questionar o que está a causar o aumento da atividade sísmica mundial. Este evento deixou a população local e a comunidade internacional em estado de choque e preocupação.

A atividade sísmica é principalmente causada pela movimentação das placas tectónicas da Terra. À medida que essas placas colidem, se separam ou deslizam uma sobre a outra, libertam energia que se manifesta como sismos. Este é um processo natural que ocorre há bilhões de anos e é parte fundamental da evolução do nosso planeta.

No entanto, algumas atividades humanas podem agravar a atividade sísmica. A extração de recursos naturais, como petróleo e gás, através de processos como a fratura hidráulica (fracking), pode desencadear sismos. Além disso, o armazenamento de grandes volumes de água em reservatórios, como ocorre em represas, pode aumentar a pressão sobre as falhas geológicas, desencadeando sismos.

Um fator que tem sido objeto de crescente atenção é a relação entre as mudanças climáticas e a atividade sísmica. À medida que a temperatura global aumenta e o gelo derrete nas regiões polares, a redistribuição de massa da água pode exercer pressão adicional sobre as placas tectónicas. Isso pode contribuir para o aumento da atividade sísmica em áreas que antes eram menos propensas a ter sismos.

Outro fator importante a ser considerado é o aumento da urbanização e da densidade populacional em áreas de risco sísmico. À medida que as cidades crescem e se expandem, mais pessoas e infraestruturas estão expostas ao risco de sismos. A falta de planeamento urbano adequado e a construção de edifícios resistentes a sismos podem aumentar significativamente o impacto desses eventos.

O Aumento da Atividade Sísmica Marrocos
O Regiões (Arquivo)

Diante do aumento da atividade sísmica e de outras calamidades naturais, é crucial que a comunidade global esteja ciente dos riscos e tome medidas para mitigá-los. Isso inclui investir em pesquisa científica para melhor compreender as causas e os padrões de atividade sísmica, bem como desenvolver tecnologias avançadas de previsão e alerta precoce.

Além disso, é fundamental adotar políticas de uso sustentável dos recursos naturais e reduzir a dependência de fontes de energia que contribuam para a mudança climática. Ações para melhorar a resiliência das comunidades em áreas de risco sísmico, por meio de construções mais seguras e planeamento urbano adequado, também são essenciais.

O sismo em Marrocos neste setembro de 2023 é apenas um exemplo das muitas calamidades naturais que afetam o mundo. O aumento da atividade sísmica é um fenómeno complexo, influenciado por fatores naturais e atividades humanas. Não é demais referir, que para lidar com este desafio crescente, é imperativo que a comunidade global se una em ações coordenadas, incluindo a pesquisa científica, a mitigação das mudanças climáticas, o desenvolvimento de infraestrutura resiliente e a consciencialização pública.

O futuro do nosso planeta depende da nossa capacidade de compreender e enfrentar esses desafios de forma eficaz, garantindo a segurança e a prosperidade das gerações presentes e futuras. A resposta ao aumento da atividade sísmica e de outras calamidades deve ser global, sustentável e solidária, pois só assim poderemos minimizar os impactos desses eventos devastadores.

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Fernando Jesus Pires
Fernando Jesus Pireshttps://oregioes.pt/fotojornalista-fernando-pires-jesus/
Jornalista há 35 anos, trabalhou como enviado especial em Macau, República Popular da China, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coréia do Sul e Paralelo 38, Espanha, Andorra, França, Marrocos, Argélia, Sahara e Mauritânia.

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