Ah, o Natal em Castelo Branco… Uma época de luzes cintilantes, promessas grandiosas e, claro, de uma tradição que nunca falha: as barracas. Elas surgem anualmente como uma verdadeira epopeia de plástico, madeira e festa de pouca substância. Este ano, para adicionar ao espetáculo, a promessa era grandiosa: o comboio. O comboio mágico, que todos os anos é capaz de transportar famílias inteiras por ruas decoradas, era a grande estrela da temporada. O destino estava traçado: um evento encantado, uma cidade envolta no espírito natalício, onde as crianças seriam as grandes beneficiárias da fantasia. Mas… ah, a realidade, como sempre, mostra a sua cara.
No início, tudo parecia a caminho da perfeição. A Avenida Nuno Álvares estava adornada com barracas que, à primeira vista, pareciam as mesmas de sempre, com os mesmos artigos, as mesmas luzes piscando e a mesma animação. As quatro senhoras, que apoiam o Presidente e, que supervisionavam o evento estavam lá, com o olhar fixo nas suas tarefas – como um pelotão de elfos dedicados, coordenando cada detalhe da exibição, da montagem das bancas às questões administrativas. O Mercadinho de Natal foi inaugurado por Leopoldo Rodrigues, o homem que, nestes últimos três anos a cada Natal, se comporta como se estivesse a abrir uma galeria de arte contemporânea e não um mercado com ofertas duvidosas de pinhas de natal e velas coloridas. Com pompa e circunstância, a festa teve início.
Mas e o comboio? Ah, o comboio… esse comboio tão prometido, tão amplamente divulgado através de outdoors espalhados por toda a cidade, o comboio que seria a cereja em cima do bolo. O comboio que deveria preencher as ruas de Castelo Branco de sorrisos infantis, risadas e pequenos corações a bater mais rápido. E, no entanto, o comboio não apareceu. Nada. Zero. A grande atração natalícia de 2024 foi uma miragem. E a cidade, que aguardava com ansiedade o seu desfile de fantasias, viu-se de mãos vazias, com um único pedido ecoando nas ruas: “O comboio não veio!”
A explicação? Ah, claro, uma falha monumental de organização. A empresa responsável pelo comboio, contratada e prometida em contrato, não cumpriu o que foi acordado. Mais uma vez, a cidade de Castelo Branco – que, por força de uma tradição que se perpetua – falhou naquilo que poderia ser o seu momento de glória “e, em castelo branco com uma empresa com tantos comboios”. A grande promessa de Natal transformou-se numa piada. E quem percebeu a gravidade da situação? Ninguém, ou melhor, ninguém que tivesse alguma autoridade para agir. As quatro senhoras, essas mesmas, continuaram focadas nas barracas. Estavam a coordenar o evento, a garantir que cada banco estava no lugar certo, que cada estande tinha o seu lugar de direito. O comboio? Bem, o comboio não fez parte do seu calendário, o Natal, que faz a fantasia das crianças, essas, não tiveram direito à viagem de comboio, porque o comboio não apareceu.
A questão é simples: a competência na execução do evento é, em Castelo Branco, tão nebulosa como o espírito natalício que se tenta criar a cada ano. A promessa de um comboio natalício transformou-se numa mera formalidade, algo para encher os outdoors e dar um toque de glamour à publicidade. O coração da organização – a promessa feita publicamente – ficou completamente de lado, como se fosse uma mera distração. Mas, ao que parece, as prioridades estavam noutro lado. A cidade, com a sua capacidade de se autossatisfazer, não percebeu que o que estava em jogo não era apenas mais uma festa de barracas, mas a realização de uma promessa que, neste caso, se revelou uma farsa.
E quem se importou realmente com a falta do comboio? As crianças, essas mesmas, foram as primeiras a gritar: “O comboio não veio!” O olhar atento das senhoras, focadas nas suas tarefas de coordenação das barracas, não se deu ao trabalho de perceber que o evento prometido estava incompleto. Uma falha de coordenação, uma falha de comunicação, uma falha de responsabilidade. Ou, quem sabe, mais uma falha na arte de transformar promessas em realidade. O comboio tornou-se uma lenda urbana, uma história que vai passar de geração em geração, mas que nunca chegou realmente a acontecer.
E o que fica de tudo isto? O Natal em Castelo Branco será lembrado, como sempre, pelo seu encantamento de aparência, pelas suas luzes e pelas barracas que, apesar de tudo, se alinham todos os anos com uma perfeição quase militar. A magia está no ar, claro, mas o que falta é o cumprimento das promessas. O comboio que não chegou é o reflexo de uma cidade que, mais uma vez, tropeça nas suas próprias ilusões. O espírito de Natal, esse, continua a ser o grande ausente de todos os festejos. Para o ano, quem sabe, a empresa vencedora do concurso entregue finalmente o comboio prometido. Ou talvez, e isto é o mais provável, as barracas estarão lá, mais uma vez, para garantir que a tradição do vazio de conteúdo continue intacta.
Ah, o Natal em Castelo Branco… sempre igual, sempre diferente. A magia, essa, é só uma ilusão.
HAJA ALGUÉM QUE COM A SUA “pena” (escrita) faça os Albicastrenses abrir os olhos, e tomem consciência do que se está a passar na cidade. e deixem-se de estar “sentados” e venham a luta.
Agora foi o “Comboio” mas o Executivo deve ter explicado a razão? Ou “fechou-se em copas”. Se calhar depois de ver as “moedas” repararam que já não há dinheiro.
Digo isto porque o Executivo durante o ano gastou , gastou, na compra de uns aparelhos indicadores de horário para as paragens das carreiras urbanas de que em alguns sitio não servem a ninguém(Exemplo: Paragem situada cerca do CSSMiguel(Centro Saúde S.Miguel -Linha Vermelha que indica os Horário das Car-
reiras 1, 3 . e outras quando nenhuma destas carreira passam naquela Zona. Enfim é o que temos.