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O Natal Congelado de Castelo Branco: Desperdício e Desorganização

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Em pleno mês de dezembro, quando todos aguardam um Natal cheio de magia e encantamento, Castelo Branco, mais uma vez, decide surpreender os seus habitantes e visitantes com um espetáculo… de gelo. Mas, ao contrário do que seria de esperar, este “espetáculo” revela-se uma verdadeira comédia de erros, onde o desperdício e a desorganização se destacam mais do que qualquer brilho nas luzes de Natal

O Natal Congelado de Castelo Branco: Desperdício e Desorganização
Foto: ORegiões

Comecemos pela tenda montada no relvado, na parte de trás da câmara municipal, que alberga a máquina responsável por fazer o gelo da pista. Segundo as “boas línguas” da cidade, o aluguer da tenda terá custado cerca de 50.000 euros. Um valor impressionante, especialmente se pensarmos que, além deste custo inicial, a operação da máquina exige um consumo diário de eletricidade, para garantir que o gelo não derreta. No entanto, a grande questão surge quando nos apercebemos de que a pista de gelo está fechada durante a semana, abrindo apenas ao fim de semana. A tenda, que deveria proporcionar momentos de diversão e convívio, acaba por se tornar uma verdadeira armadilha financeira. De um lado, há um gasto elevado com o aluguer e a energia; do outro, um serviço que só está disponível para o público limitado aos fins-de-semana. E o pior de tudo: o espaço está fechado durante a semana, quando poderia ser utilizado por aqueles que estão de férias, por exemplo, e que desejam aproveitar as atrações da cidade.

O Natal Congelado de Castelo Branco: Desperdício e Desorganização
Foto: ORegiões

No primeiro sábado após a abertura, a pista de gelo já fechou às 20h, o que, por si só, é uma verdadeira piada. Como se um evento de Natal fosse pensado para acabar ao início da noite, restringindo a experiência ao público que, provavelmente, tem horários ainda mais apertados e poucas opções de lazer. Ora bolas, assim, o que se propõe como uma oferta de lazer para os habitantes e turistas acaba por ser um fiasco. Para quem mora na cidade, a opção de usufruir da pista de gelo parece mais uma miragem do que uma realidade. E, para quem vem de fora, o cenário não é muito mais animador. Está tudo fechado, a cidade está vazia de atividades, e o espírito natalício fica por terra, enquanto as promessas de uma cidade cheia de eventos e magia de Natal se revelam desorganizadas e frustrantes.

E é aqui que entra a figura do anfitrião desta bagunça toda: Leopoldo Rodrigues. Como presidente da câmara, ele é o responsável por criar e organizar eventos que animem a cidade e que proporcionem momentos de lazer aos seus habitantes e visitantes. No entanto, parece que o Natal em Castelo Branco está mais para um cenário de improviso, onde as ideias não chegam a concretizar-se, e as soluções são sempre à última hora. Para completar o quadro, temos um plantel de 27 pessoas no apoio ao gabinete do presidente, que, aparentemente, pouco fazem para melhorar a situação. São mais um número no orçamento da câmara do que propriamente um suporte eficaz na organização de eventos e na promoção de uma cidade mais dinâmica e acolhedora.

Ao que parece, Castelo Branco vive de aparências, de uma capa de organização que, na prática, não passa de um remendo mal feito. As promessas de um Natal encantado e repleto de atividades são apenas uma fachada, uma cortina de fumo para disfarçar um sistema falido e uma gestão que, em vez de promover o bem-estar da comunidade, parece mais preocupada com o desperdício do que com a qualidade de vida das pessoas. Se este é o presente que a cidade oferece aos seus habitantes e visitantes, é melhor preparar-se para um Natal descongelado, que, por mais frio que seja, ainda terá muito mais calor humano do que as iniciativas mal geridas de quem se diz responsável.

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Fernando Jesus Pires
Fernando Jesus Pireshttps://oregioes.pt/fotojornalista-fernando-pires-jesus/
Jornalista há 35 anos, trabalhou como enviado especial em Macau, República Popular da China, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coréia do Sul e Paralelo 38, Espanha, Andorra, França, Marrocos, Argélia, Sahara e Mauritânia.

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