Um estudo recente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade destaca a crucial importância do setor social na mitigação dos efeitos da pandemia de covid-19 em Portugal. No entanto, essa resposta ágil e solidária não foi isenta de custos para as instituições envolvidas
O relatório “A Importância Económica e Social das IPSS em Portugal”, que será apresentado nesta terça-feira, analisa os anos de 2021 e 2022, sublinhando o papel vital das Instituições Particulares de Solidariedade Social na mobilização para enfrentar os desafios da crise sanitária. Segundo o presidente da CNIS, este esforço implicou custos significativos para as instituições, apesar dos apoios do Estado para mitigar os impactos negativos, como o encerramento temporário de algumas valências.
O padre Lino Maia, em declarações à agência Lusa, enfatizou que o aumento dos custos operacionais foi particularmente acentuado em instituições de acolhimento de idosos e pessoas com deficiência, devido à necessidade de medidas adicionais de segurança e ao reforço das equipas de trabalho. Essa realidade econômica tornou-se um desafio adicional para cerca de 38% a 40% das instituições, que terminaram o período com resultados financeiros negativos.
Apesar dos desafios financeiros, o estudo sublinha que as IPSS desempenham um papel crucial não apenas na coesão social e territorial do país, mas também como impulsionadoras de mobilidade social para muitos cidadãos. No entanto, o padre Lino Maia alerta para a falta de reconhecimento generalizado da importância do setor social pela sociedade portuguesa, contrastando com um aumento de valorização por parte das autoridades estatais.
À medida que o estudo será apresentado em Lisboa, o presidente da CNIS apela a uma maior valorização e sustentabilidade do setor social, reconhecendo a sua evolução positiva em termos de qualidade e abrangência de serviços. A presença da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social na apresentação reforça a relevância deste debate para o futuro do setor em Portugal.