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Sindicatos Bancários Alertam para Burnout e Quebra do Poder de Compra no Setor

Um diagnóstico recentemente divulgado por seis sindicatos revela as graves dificuldades que afetam cerca de 90.000 bancários em Portugal, apelando a “ações concretas para assegurar a dignidade e o bem-estar dos trabalhadores”.

A “elevada carga de trabalho” está a gerar situações de burnout na banca, sendo o setor financeiro “o único” no país com “evidente quebra do poder de compra”, segundo o documento divulgado esta quarta-feira por seis sindicatos. O relatório, elaborado pelo Mais Sindicato, Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Banca, Seguros e Tecnologias (SBC), Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC), Sindicato Independente da Banca (SIB) e Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Financeira (Sintaf), apresenta uma análise detalhada das dificuldades enfrentadas pelos bancários e solicita “ações concretas para assegurar a dignidade e o bem-estar dos trabalhadores”.

De acordo com os seis sindicatos, o documento está a ser apresentado aos partidos políticos com assento parlamentar e já foi solicitada uma audiência ao Presidente da República. Entre os problemas identificados, destaca-se a elevada carga de trabalho que está a provocar situações de burnout.

Os trabalhadores estão a ser sobrecarregados com múltiplas tarefas, devido à interação dos clientes com as instituições financeiras através de vários canais (agência, telefone, e-mail, app), o que gera stresse, cansaço significativo, erros involuntários e situações de burnout. Além disso, a pressão para a realização de trabalho suplementar sem os incentivos remuneratórios correspondentes e com a ameaça de inclusão na lista de trabalhadores a dispensar nas próximas reestruturações agrava a situação.

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Há anos que o trabalho suplementar não é pago, com os trabalhadores a serem pressionados a não registar essas horas ou a verem esses registos adulterados ou eliminados. Apesar das queixas dos sindicatos à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), as ações inspetivas têm tido poucos resultados, pois os trabalhadores são forçados pela hierarquia a esconderem-se.

Adicionalmente, os aumentos salariais têm sido inferiores à inflação, com o setor financeiro a ser o único em Portugal com uma quebra evidente do poder de compra, de 7,3%, desde 2021. A transformação digital e os riscos colocados pela inteligência artificial e automação dos processos bancários contribuem para a insegurança no emprego. O diagnóstico aponta ainda para um clima de medo no setor, devido às crises económicas e à reestruturação dos bancos, que têm levado a graves situações de assédio laboral e à limitação das oportunidades de progressão na carreira, resultando na frustração dos trabalhadores e na saída de muitos, especialmente jovens, para outros setores.

Face a esta situação, os sindicatos apelam a uma ação concertada dos gestores bancários e dos decisores políticos para abordar estas questões de forma justa e eficaz. Salientam a necessidade de promover um ambiente de trabalho digno, assegurar formação contínua, garantir segurança no emprego e valorizar devidamente os trabalhadores bancários, de forma a construir um setor bancário resiliente e sustentável, capaz de enfrentar os desafios do futuro.

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