Ao contrário das previsões que se faziam há dois meses de que factura da eletricidade e do gás iria aliviar para algumas famílias este ano, já que, até essa data, duas empresas anunciaram uma redução de preços: a Galp e a EDP Comercial. Esta segunda-feira, a DECO alerta que, afinal, o que vem aí é um aumento… Ou seja, segundo a associação de defesa do consumidor, a factura da luz vai aumentar este mês devido ao aumento das rendas da energia, devendo a subida situar-se ser entre os 6 e os 13 euros por mês.
A DECO já tinha alertado que o mês de junho traria mudanças na factura da eletricidade. O aumento será entre os 6 e os 13 euros, principalmente devido ao aumento das rendas da energia. Essas rendas dispararam 878 milhões de euros face ao estimado há seis meses, passando para 2.600 milhões de euros.
De acordo com o Correio da Manhã, a exploração das energias renováveis provocou uma revisão extraordinária das tarifas. A energia no mercado regulado está mais barata, e quem escolheu este serviço não deverá sentir o aumento, pois foi compensado com a redução da componente de energia. Atualmente, existem 908 mil consumidores no mercado regulado. O mesmo não vai acontecer no setor liberalizado, que não é obrigado a compensar este aumento.
Segundo a DECO, a “evolução do mercado energético tem dado margem a alguns comercializadores para descerem a parcela variável da fatura, já que os preços da energia no mercado grossista têm estado a baixar desde janeiro”.
O que significa que, para quem mudou de tarifário nos primeiros meses de 2024, as facturas da eletricidade até tenderam a descer. Mas nada garante que assim se mantenha a partir de junho.
Apesar de todos os comercializadores serem obrigados a refletir nas facturas a subida das tarifas de acesso, não há qualquer obrigação de refletir as descidas nos preços da energia. Essa decisão está dependente da política comercial de cada empresa, acrescenta a associação de Defesa dos Consumidores.
Contudo, mesmo que alguns comercializadores optem, em junho, por compensar a subida obrigatória da tarifa de acesso às redes com tarifários mais competitivos para os novos clientes, em princípio, nada os obriga a rever os contratos em curso.
Por isso, a DECO PROteste recomenda a todos os consumidores que fiquem atentos à evolução das suas faturas de eletricidade a partir de junho. Caso se apercebam de subidas significativas, é recomendável procurar um tarifário mais vantajoso, que já reflita as novas realidades do mercado particular.
Por outro lado, a DECO lembra que em janeiro do próximo ano, entra em vigor o IVA de 6% na eletricidade para 3,4 milhões de famílias. Este imposto será aplicado aos primeiros 200 kilowatts de energia consumidos por mês, duplicando a atual redução em vigor, que é de 100 kilowatts. No caso das famílias numerosas, o limite será de 300 kilowatts por mês.