A associação ambiental Zero defende que a meta de vender exclusivamente veículos elétricos em 2035 é “perfeitamente viável” e depende mais da vontade política do que de desafios técnicos.
Em comunicado, a Zero sublinha que o desenvolvimento dos veículos elétricos tem registado progressos significativos, incluindo melhorias nas baterias, autonomia e infraestrutura de carregamento. Estes avanços, segundo a associação, tornam os veículos elétricos uma opção cada vez mais viável e atraente para os consumidores.
A Zero exorta o Governo português a apoiar a meta da União Europeia (UE) de vendas exclusivas de veículos elétricos em 2035. A associação destaca que a viabilidade desta medida é uma questão de vontade política e compromisso com as políticas climáticas e industriais.
Baseando-se em dados da Federação de Transportes e Ambiente, a Zero prevê que, até 2028, os automóveis elétricos serão mais baratos do que os movidos a combustíveis fósseis. A associação argumenta que os veículos elétricos serão mais económicos e menos poluentes, sendo esta transição já apoiada pela indústria automóvel, que se comprometeu a eliminar gradualmente os motores de combustão.
A legislação europeia prevê que as principais autoestradas e estradas estejam equipadas com carregadores rápidos nos próximos anos, facilitando a adoção dos veículos elétricos. Dados da Agência Europeia de Ambiente revelam que, em 2023, quase 19% dos novos registos de automóveis ligeiros de passageiros em Portugal eram totalmente elétricos.
A Zero salienta que a eletricidade utilizada para carregar estes veículos em Portugal provém, em grande parte, de fontes renováveis (87% em média este ano, entre janeiro e maio), o que reforça a importância da aposta nos veículos elétricos.
Para a associação, a UE deve focar-se em duas ações principais: mostrar empenho na meta de 2035 e acelerar o desenvolvimento de modelos de veículos elétricos acessíveis. A Zero adverte contra a tentação de desviar-se para combustíveis sintéticos e biocombustíveis, considerados ineficientes e caros. Adicionalmente, a associação defende que a UE deve apoiar o fabrico local de veículos elétricos e baterias através de um plano industrial verde, complementando o Pacto Ecológico Europeu.
