Web Summit acaba de anunciar a sua nova CEO, Katherine Maher, ex-editora executiva da Wikipedia.
“Num presente onde a tecnologia está interligada em todos os aspetos de nossas vidas, e num futuro que representa a nossa maior esperança e o nosso maior disruptor, o papel da Web Summit como lugar para conexão e conversa é mais urgente do que nunca. A nossa tarefa imediata está a focar-se novamente para o que fazemos melhor: promover o diálogo entre todos aqueles que estão ligados ao avanço tecnológico”, diz Maher, num vídeo de apresentação.
No mesmo comunicado os responsáveis da Web Summit anunciam ainda a nomeação de Damian Kimmelman como administrador não executivo.
De relembrar que o cofundador do evento, Paddy Cosgrave, escreveu, em 13 de outubro, na rede social X (antigo Twitter), uma publicação sobre os crimes de guerra, em alusão ao conflito entre Israel e o Hamas, posição que deu origem a várias críticas, com empresas a anunciarem que iriam cancelar a participação na conferência de tecnologia.
O alarme causado levou à demissão de Cosgrave, cujo lugar é agora ocupado por Maher.
Israel causa “turbulência” e saída de CEO, mas “Web Summit vai acontecer”
Começou com comentários de Cosgrave sobre o atual conflito entre Israel e o Hamas, que levaram a uma indignação das empresas israelitas e, no final, a desistirem de participar no evento.
Mesmo pedindo perdão pelos comentários, Cosgrave continuou a ver o evento ser afetado pela polémica e algumas das maiores gigantes tecnológicas do mundo – entre as quais a Google, a Meta, a Microsoft e até a Intel – desistiram de marcar presença na edição 2023 da Web Summit.
A polémica não parece ter afetado a venda de bilhetes mas, ainda assim, Cosgrave anunciou no passado sábado, dia 21 de outubro, que abandonaria o cargo de CEO do evento. Tendo em conta o papel de ‘mestre de cerimónias’ que era desempenhado por Cosgrave durante a Web Summit, instalou-se então a dúvida do que aconteceria à edição deste ano que, de acordo com António Neves Costa, continuará a realizar-se este ano entre os dias 13 e 16 de novembro.
“Vai ser um evento como sempre foi – um evento de ‘networking’ onde as startups têm o papel de relevo e com oportunidades de negócios”, adianta o executivo de comunicações. Sobre as startups, António Neves Costa adianta que os cerca de 70 mil visitantes podem esperar um volume nunca antes visto na história da Web Summit.
“Temos um número recorde de 2.600 startups, nunca tivemos tantas num só evento”, afirma o executivo, lembrando que no ano passado o número esteve nas 2.300 startups. “Obviamente, [estas startups] têm uma variedade tremenda de indústrias e de origens”.
António Neves Costa nota também que a polémica não parece ter afastado os parceiros da Web Summit. “Alguns [parceiros] que estavam a ponderar marcar presença decidiram regressar”, afirma o executivo.
A menos de um mês da realização da Web Summit, parece que as equipas já estão no local – no Parque das Nações – a tratar da produção do evento. “O nosso ‘staff’ de 300 pessoas está completamente dedicado a produzir um evento de qualidade. O nosso foco é esse”, afirma António Neves Costa.