Namasté! Continuamos com as crónicas sobre OS GRANDES MESTRES DO PASSADO, da Humanidade, que de alguma forma, influenciaram a nossa cultura, história e religiosidade. Perceber o seu contexto histórico e entender o que vieram trazer à Humanidade e em que isto se enquadra os dias de hoje.
Na última crónica visitámos o NEPAL e conhecemos SIDARTA GAUTAMA, o fundador do BUDISMO!
Esta semana mantemos a crónica no Budismo, na vertente budista do Templo de SHAOLIM, fundada pelo Mestre ZAZEN, o BODHIDHARMA.
Bodhidharma viveu no séc. V ou VI, data indefinida, uma vez que a sua vida é uma mistura de alguns fatos relatados pelos historiadores e lendas inseridas na cultura Chinesa.
Mas segundo consta alguns escritos, foi um monge budista de origem Persa, também ele filho de um Rei, terceiro filho do Rei Simhavarman, pertencente à casta dos Xátrias. Quando jovem converteu-se ao budismo, sendo convidado por Prajnatara (seu Mestre do Centro de Budismo) para ir para a China levar os ensinamentos. Saindo fora dos padrões budistas, tinha barba, uns olhos esbugalhados e é caracterizado com um certo mau humor.
Foi o fundador da seita CHÁN, termo Chinês, ou ZEN, termo Japonês, seita associado ao Budismo do ramo mahayana.
Aprendeu a arte marcial indiana, «vajramushti», introduziu algumas modificações do antigo Kung Fu Chinês e levou esta arte para os templos budistas da Velha China.
Reza a lenda que, ao chegar no templo SHAOLIN, Bodhidharma encontrou os monges budistas em fraca condição de saúde, obesos e sem atividade praticamente nenhuma, uma vez que passavam o dia a meditar. Então iniciou aqueles monges em práticas de exercício físico ao mesmo tempo que os instruía nos fundamentos da filosofia ZEN. O fundamento era ter um espírito são que tem de habitar, também, um corpo são.
Estes exercícios tornaram-se tradição e evoluíram para um sistema completo de autodefesa conhecido por kung fu shaolin, que, no Japão, é conhecido como shorinji kenpo.
Esta arte marcial mostrou eficiência, restaurando a saúde dos praticantes e ainda dando ferramentas para a sua autodefesa, uma vez que os templos budistas muitas vezes eram saqueados.
Antes de Bodhidharma, os monges eram considerados presas fáceis para os salteadores. Depois das instruções de autodefesa, criou-se uma lenda que associavam até poderes paranormais, aos monges budistas.
Este estilo de autodefesa difundiu-se pelo país durante a Dinastia Ming (1368-1644), conquistado mais tarde outros países como a Ásia, dando ainda origem a outras formas de autodefesa como o KARATÉ de Okinawa, no Japão.
Os seus ensinamentos, para além das técnicas de autodefesa, são as meditações com algumas técnicas. A mais conhecida é a técnica meditativa «OLHAR-PAREDE», cuja função é aquietação da mente, levando a mente à sua ausência e por consequência, à ILUMINAÇÃO. Também introduziu o CHÁ na China.
Bodhidarma deixou vários legados à humanidade, sem sombra de dúvida o sistema de método de auto defesa, deixou também meditação sobre as quatro práticas:
1 – SOFRER INJUSTIÇA – Quando aqueles que buscam o Caminho encontram adversidades devem pensar. A injustiça é boa na medida que volta a colocar-te no caminho.
2 – ADAPTAR-SE ÀS CONDIÇÕES – Aqueles que permanecem impassíveis perante os ventos da alegria e da tristeza seguem silenciosamente o Caminho.
3 – NADA BUSCAR – Buscar é sofrer. Nada buscar é bendição. Quando não se busca nada, se está no Caminho.
4 – PRATICAR O DHARMA – Através de sua própria prática são capazes de ajudar as pessoas e glorificar o Caminho da Iluminação
Finalizo com uma frase de Bodhidharma sobre o método de ensinamento meditativo «Olhar Parede»:
“Aqueles que se afastam da Ilusão de volta à Realidade, que ‘meditam nas paredes’, na ausência de si-mesmo e do outro e na unidade entre mortal e sábio e que mantêm-se impassíveis até mesmo pelas escrituras estão de acordo completo e silencioso com a razão”.
Até à próxima crónica!
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Namasté!
Anabela Beirão
Terapeuta Holística
Consultas: 969472825
www.planetaimpacto.wixsite.com/novaera
