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Em busca da identidade perdida

Ponto prévio. Para aqueles que não me conhecem, afirmo com frequência que as minhas ideias são pontos de partida que podem ter vários pontos de chegada. O que pretendo. com as minhas reflexões, é provocar reações que estimulem o debate para que vozes diferentes se façam ouvir, sempre com respeito pelo contraditório e onde apenas é proibido proibir. Esclarecimento feito, passemos ao que interessa.

Iniciei na semana passada a minha colaboração aqui n’O Regiões com uma reflexão sobre a realidade do concelho de Abrantes, com o objetivo de colocar as coisas em perspetiva, estando consciente de que não há soluções simples para problemas complexos, mas que nos aproximamos das soluções quando identificamos os problemas com o diagnóstico certo.

Como tenho referido com frequência, a perda de identidade da nossa cidade tem contribuído para a perda de “peso” e reconhecimento de Abrantes fora de Abrantes, e, também ela, tem um contributo decisivo na maioria dos pontos que partilhei na minha crónica anterior.

Aquilo que tem sido decidido internamente, tem também contribuído para o agudizar desta realidade. Aquela que outrora foi conhecida como “Cidade Florida”, passou, entretanto, a “querer” ser conhecida como “Cidade do Imaginário”, “Cidade Desportiva” ou “Cidade Inteligente” entre muitos outros epítetos, até chegarmos à atual crise de identidade, onde, paradoxalmente, andamos à procura daquilo que queremos ser.

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Em complemento, tem-se aumentado significativamente o investimento em Comunicação, mas, na minha opinião, não se tem comunicado pelos canais certos. Comunicamos para dentro quando deveria ser prioritário alcançar os públicos que possam ajudar a recolocar Abrantes no mapa de Portugal e do mundo.

Até ao nível do Desporto, nos escalões de formação, onde historicamente sempre tivemos equipas altamente competitivas, numa altura em que se investe muito mais do que era normal, através do programa FinAbrantes ou de outros apoios pontuais, temos muito menor presença nos campeonatos nacionais do que era habitual, o que faz com que deixemos de ser falados, contribuindo também para a diminuição do conhecimento e reconhecimento da cidade e do concelho.

Estes três exemplos, que podem parecer estar isolados, acabam por estar interligados e têm o mesmo padrão. Não havendo estratégia de desenvolvimento, os gastos aumentam, mas o retorno diminui.

Reconstruir a nossa identidade e “vendê-la” como a nossa marca distintiva, melhorando a estratégia de comunicação e desenhando uma estratégia de desenvolvimento que ajude a estimular a atividade económica, com resultados, diretos e imediatos, no aumento do emprego e da fixação dos nossos jovens, serão a base para um futuro que todos desejamos, mais próspero e com mais futuro.

Haja esperança, Abrantes tem tudo para ser mais do que aquilo que é. Sim, é possível, porque Abrantes tem Alternativa.

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Vasco Damas
Vasco Damas
Tem 54 anos e vive na vila de Tramagal (Abrantes). É consultor imobiliário, tendo exercido funções de gestor no ramo da distribuição de materiais de construção e bricolagem, onde liderou equipas e contribuiu para o crescimento das pessoas, levando-as a ultrapassar os limites que julgavam ter. Valoriza o equilíbrio entre o trabalho e a vida familiar (seu porto de abrigo), o convívio com os amigos e a atividade cultural e desportiva, jogando nos veteranos dos Dragões de Alferrarede.

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