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Manual para o drama Montenegro

Caro amigo leitor, isto parece o corridinho. O primeiro-ministro tem empresa, já não tem empresa, já compra andares, já não compra andares, já se desculpa, já contra-ataca… Uma canseira. Entretanto, o Chega vê chumbada uma moção de Censura, mas, logo a seguir a umas notícias manhosas sobre o primeiro-ministro Montenegro, o PCP, que votou contra a moção do Chega há 15 dias vai apresentar uma nova Moção de Censura. O PS assobia e pede inquéritos, o PSD desculpa-se, o Livre está no festival da Biodanza e o Bloco nem se ouve. Para ajudar, aqui fica o que cada parido quer e porque se comporta como se porta…

PPD/PSD/CDS — Têm o poder na mão e não o querem largar, enquanto conseguirem. Por isso, desculpabilizam Luís Montenegro e farão tudo o que for possível para tornam “normal” e “legal” os movimentos do cidadão Luís até ao fim. Têm a certeza de que novas eleições lhes daria de novo a vitória, mas não sabem por quanto. E que, neste momento, a rebaldaria é tanta que a direita tanto se podia equilibrar da mesma forma ou de outra qualquer. O melhor é estar sossegado.

PS — Com a falta de competência enorme do seu Secretário Geral, Pedro Nuno Santos e os seus camaradas fogem das eleições com pernas de atleta. Pedro Nuno não convence e, como já ultrapassou o Estado de Graça, o período de lua-de-mel no qual a noiva, nós, acredita em tudo, o PS vê-se entalado. Por um lado sabe que se se apresentar a eleições pode levar, certamente, uma tareia. Pedro Nuno pode mesmo baixar a votação para uns miseráveis 17 a 20 por cento, o que começaria o canto do cisne do partido. O PS não tem sido “oposição”, tem sido “ausentão” — não se mete, não se mexe, não faz ondas. Tem rabos de palha em lume brando. Por isso inventa uma “comissão de inquérito” a coisa nenhuma, a ver se o tempo passa. Está entalado nas presidenciais e teme perder câmaras municipais, pois o trabalhinho tem sido pouco…

Chega — Ventura, com tanto escândalo no partido, sabe que o partido é ele, como são sempre os partidos autoritários e populistas. Percebe que, se houver eleições, aposta num “all in”, nome que se dá a uma aposta desesperada em Póquer, para tentar recuperar algum dinheiro que se perdeu ao longo do jogo. Acredita que, nas urnas, o povo furioso com um primeiro-ministro do PSD mais uma vez caído em desgraça e um PS bambo, pode, pelo menos, reconfirmar os seus 50 deputados. Mas Ventura sabe que é difícil.

IL — Caminha para o desaparecimento, dado o carisma do seu líder. Pode já ter dito uma data de coisas. Ninguém se lembra.

PCP (CDU) — A proposta de uma Moção de Censura condenada é para marcar calendário. O PCP tem de esperar que acabe o ciclo das eleições autárquicas (importantes para o partido) e das presidenciais para, estrategicamente, tentar renovar a oferta. Eleições, agora, até podiam dar mais uns votos, mas dificilmente mais deputados. Não lhe interessa a ida às urnas.

BE — O Bloco, também cheio de pequenos escandaletes internos, preferia estar a dormir durante esta crise. Muitos dos seus dirigentes podem ser encontrados com situações semelhantes à de Montenegro — tal como nos outros partidos… Mariana Mortágua, já se percebeu, não é a Catarina, muito menos o João Semedo e, pior, não tem carisma nem força. O Bloco tornou-se um vazio de ideias e frases feitas. A UDP anda irritada. O PSR anda desalinhavado. Ao MDP falta-lhe liderança. Eleições agora seria um caos custoso.

Livre — Rui Tavares bem tenta colocar novas figuras a falar nas TVs e na AR, mas são todas mais chatas que o académico, que tem presença e não costuma dizer asneiras. Mas, à pergunta: o que fez o Livre por nós?, nenhum dos eleitores tem uma memória, uma ideia. Por isso, nada interessa a Rui Tavares o bom resultado que conseguiu e tem que nos convencer, agora que o Bloco se desfaz, que pode ocupar aquele espaço. Urnas? Nem as da Servilusa!

PAN — Pim, Pan, Pum. O que é o PAN? Depois das eleições, nada. Por isso, deixem-nos agarrar a tábua que ainda lhes resta. O Arruda das Malas — Sabe lá o próprio que há-de fazer. Vai levantar-se ou sentar-se como o que estiver na cadeira ao lado. Uma estratégia de boa vizinhança.

Marcelo Rebelo de Sousa — Detesta Montenegro e aquela escumalha, pensa, que anda à volta o advogado. “Que caia”, pede nas orações, antes de se ir deitar às cinco da matina.

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Joao Vasco Almeida
Joao Vasco Almeida
Jornalista 2554, autor de obras de ficção e humor, radialista, compositor, ‘blogger’,' vlogger' e produtor. Agricultor devido às sobreirinhas.

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