Ah, como deve ter sido maravilhoso para Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa! Entre selfies, viagens exóticas e danças folclóricas por terras africanas, o governo português não parecia ter outra prioridade senão a de prolongar uma festa interminável. O que eram os problemas do país, quando o verdadeiro espetáculo estava no palco da política, com os governantes a fazerem de conta que estavam no “topo do mundo”? Afinal, quem se importa com a crise da saúde, a economia em frangalhos ou a falta de apoios sociais quando a agenda estava recheada de passeios alegres e visitas diplomáticas cheias de glamour?
Marcelo, o sempre sorridente presidente, parecia mais um turista perdido em pleno reality show do que alguém à frente da nação. Qualquer desculpa era boa para uma selfie, e o país, coitado, afundava enquanto ele se lançava em viagens e mais viagens, alimentando a ideia de que vivia numa eterna primavera. A verdadeira tragédia? Enquanto ele e Costa pareciam viver uma vida de conto de fadas, os cidadãos estavam presos nas malhas do desemprego, da precariedade e das constantes demissões de ministros que só deixavam o país mais perdido.
António Costa, por sua vez, demonstrava uma rara destreza em manter o caos funcional. Durante oito anos, conseguiu a proeza de fazer os ministros saltarem uns aos outros como peças de xadrez, enquanto ele se mantinha no comando com um sorriso e um discurso vazio. A desorganização governamental tornou-se uma marca indelével da sua liderança. Entre escândalos, tensões internas e desconfianças a crescerem a cada dia, a sua principal estratégia parecia ser transformar o governo num grande programa de televisão, onde os portugueses assistiam, atónitos, ao espetáculo da incompetência. E depois, claro, tivemos a cereja no topo do bolo: o escândalo financeiro que fez transbordar a farsa. O dinheiro escondido no gabinete do primeiro-ministro era, como diria o próprio Costa, “uma distração”.
Em meio a esta farsa, a crise da Covid-19 foi o auge da desgovernança. Costa, na sua postura de eterno gestor do caos, tentou vender-nos a ideia de que estava no controlo da situação. Mas a realidade era bem outra: enquanto o país se afundava numa crise sanitária e económica, o governo se refugiava na narrativa do sucesso e da boa gestão. O resultado? A incompetência gerida como uma estratégia, e o país a pagar o preço por uma festa governamental onde os problemas dos cidadãos eram tratados como detalhes menores.
Agora, no fim da festa, temos Costa a brilhar na Europa, como se fosse a grande salvação do continente, após ter destruído o país com uma governança digna de um circo. De governante de um Portugal afundado na crise, saltou para Bruxelas, onde, aparentemente, a sua habilidade em gerir o caos lhe deu uma nova “ascensão”. E enquanto Costa saboreia as delícias do poder europeu, Portugal vê-se órfão de um governo que se desfez entre escândalos e promessas vazias.
Já Marcelo, sem a companhia do “amigo” Costa, tenta gerir um país que parece mais um cadáver político. As selfies e passeios alegres já não são suficientes para disfarçar a solidão que sente ao ver a sua presidência desmoronar-se. O escândalo familiar envolvendo o seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, apenas acrescenta mais um capítulo de tristeza a uma história política que se torna cada vez mais insustentável. O caso das gémeas e os tratamentos milionários alegadamente orquestrados pelo seu filho são a triste lembrança de que, por mais que se tente manter a fachada, o sorriso de Marcelo já não consegue esconder os fantasmas que assombram o seu mandato.
O que nos resta, então, após oito anos de uma festa política que deixou os portugueses no chão? Um legado de caos, um país à deriva e um governo que parece ter sido conduzido por dois homens mais interessados em manter as aparências do que em resolver os reais problemas do povo. A festa acabou. E agora, com a saída de Costa para Bruxelas, e Marcelo a tentar salvar a honra, o país encontra-se em ruínas, enquanto os responsáveis continuam a sorrir para as câmaras, como se nada tivesse acontecido.
O que ficou da festa de oito anos? Um rastro de desilusão, caos e um povo que agora tenta recolher os pedaços de um país partido. E enquanto a Europa aplaude Costa, e Marcelo tenta gerir o luto da política portuguesa, os portugueses têm uma única certeza: a “felicidade” dos governantes foi o maior pesadelo da sua vida.