O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, recebeu nesta terça-feira o Prémio Europeu Carlos V, no Mosteiro de Yuste, em Espanha, numa cerimónia que tem como “presidente de honra” o Rei Felipe VI. Presente na cerimónia, o Presidente da República de Portugal, elogiou a vida e trabalho de Guterres.
“Estou sinceramente emocionado. Recebo este prémio em nome de toda a organização das Nações Unidas”, disse António Guterres. O Secretário Geral das Nações Unidas destacou a pandemia covid-19 e a guerra na Ucrânia como os principais desafios que teve e tem na liderança da ONU há dois mandatos.
O presidente Marcelo Rebelo de Sousa também discursou e teceu rasgados elogios a Guterres, que conhece desde os anos 70.
“António Guterres era o melhor de nós todos. O melhor na humanidade, na empatia para com os mais pobres, das crianças do interior. Não havia proteção social”, disse Marcelo, em castelhano e português.
“O António Guterres de 1970 era único e nele já estava um europeísta. E como primeiro-ministro terminou, com determinação, o caminho para o Euro. Nele já estava o Alto Comissário da ONU para os Refugiados. Nele já estava, em plenitude, o Secretário Geral das Nações Unidas. Obrigado António Guterres”, salientou Marcelo Rebelo de Sousa. O primeiro-ministro António Costa também esteve presente na cerimónia, mas não discursou. As honras foram para o rei da casa, o Rei Felipe VI.
“É-lhe atribuído este prémio “pela sua acreditada, ampla e longa trajetória de vida dedicada ao compromisso social, ao processo de construção europeia, à promoção do multilateralismo e à dignidade humana como núcleo do seu trabalho, abordando desafios e crises globais”, disse o presidente do júri. “Com o seu trabalho tenaz impulsionou ações para responder à pandemia da covid-19, à guerra na Ucrânia, para abordar a emergência climática e para conseguir reformas ambiciosas para enfrentar os desafios do século XXI”, destacou Felipe V.
O Prémio Europeu Carlos V reconhece o trabalho de “pessoas, organizações, projetos ou iniciativas que contribuíram para o conhecimento geral e o engrandecimento dos valores culturais, sociais, científicos e históricos da Europa, assim como para o processo de construção e integração europeia”, segundo a Fundação da Academia Europeia e Iberoamericana de Yuste, que o atribui.
Fonte: Lusa