Autor de “La Supraconciencia Existe” destaca o papel da física quântica e experiências de quase‑morte em entrevistas na CNN Portugal
O médico e cirurgião Dr. Manuel Sans Segarra, antigo chefe do Serviço de Cirurgia Geral e Digestiva no Hospital Universitário de Bellvitge (Barcelona), tem protagonizado entrevistas que geram debate sobre a existência de uma “supraconciência” e a possibilidade da vida além da morte. Em programas da CNN Portugal, o especialista deu visibilidade pública às suas teorias e investigações.
Do bloco operatório à metafísica da consciência
Com mais de 40 anos de prática clínica, Sans Segarra afirma ter acompanhado inúmeros casos de Experiências de Quase‑Morte (EQMs). Estes relatos – muitos com padrões comuns, como “ver uma luz”, “sentir paz” ou “flutuar fora do corpo” – levaram-no a investigar se a consciência humana pode persistir após a paragem da atividade cerebral.
Essas reflexões resultaram na obra La Supraconciencia Existe, onde argumenta que a consciência não é uma produção exclusiva do cérebro, mas uma entidade que pode existir de forma independente, possivelmente em ligação com um campo universal.

Física quântica e consciência: uma interseção controversa
O Dr. Sans Segarra recorre a conceitos da física quântica para sustentar as suas hipóteses. Embora controverso no meio científico, este cruzamento entre neurociência e física tem ganhado adeptos em áreas como a neurofísica e a filosofia da mente.
- Não-localidade quântica
Na mecânica quântica, a não-localidade refere-se ao fenómeno em que partículas “entrelaçadas” permanecem ligadas independentemente da distância. Para Sans Segarra, isto sugere que a consciência poderia ser um campo não-local, isto é, não limitado ao corpo físico ou ao espaço-tempo.
- Colapso da função de onda
Na interpretação de Copenhaga, a realidade quântica só “se define” quando observada. Sans Segarra propõe que a consciência é a observadora essencial – o agente que “colapsa” a realidade. Esta ideia aproxima-se da teoria de John von Neumann e Eugene Wigner, que associam o colapso da função de onda a processos mentais.
- Campo quântico de consciência
Inspirado por autores como Roger Penrose e Stuart Hameroff (teoria Orchestrated Objective Reduction), Sans Segarra sugere que a mente pode estar ligada a um campo quântico subjacente ao universo, um tipo de “nuvem de informação” que sobrevive à morte física. Este campo seria o que ele chama de supraconciência.
A supraconciência: espiritualidade com base científica?
Para Sans Segarra, estas abordagens não são místicas, mas sim científicas e complementares à medicina tradicional. Ele considera que as EQMs não devem ser descartadas como alucinações, mas estudadas como janelas para uma realidade multidimensional, onde o cérebro é apenas um “recetor” e não o “criador” da consciência.
“A ciência está a começar a reconhecer que há algo mais. A supraconciência é o que somos para além do corpo.” – afirmou o médico em entrevista à CNN Portugal.
Reações e futuro da investigação
As ideias do Dr. Sans Segarra têm sido recebidas com curiosidade por parte do público e cautela pela comunidade científica. Muitos investigadores exigem evidência empírica rigorosa, mas há um crescente interesse em modelos interdisciplinares que unam física, neurologia, psicologia e espiritualidade.
O debate permanece aberto: poderá a física quântica ajudar-nos a compreender o que acontece quando morremos? A supraconciência será uma nova fronteira para a medicina e a ciência da mente?
Este artigo foi construído com base da entrevista que Manuel Sans Segarra deu à CNN Portugal: Para consultar a entrevista, clique AQUI.