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Milú Pombo, a Diplomata dos Bastidores: Como uma Presidente da APPACDM fez o que um Presidente de Câmara não consegue

Em tempos onde a política local se resume a egos inflados, discursos ocos e estratégias que roçam o patético, eis que surge Milú Pombo — Presidente da APPACDM de Castelo Branco — a mostrar que ainda há quem saiba fazer mais do que sorrir para a fotografia. Durante um simples evento de entrega de medalhas aos desportistas da instituição, Milú fez o impensável: juntou os dois candidatos à Câmara Municipal de Castelo Branco. Sim, leu bem. Juntou.

De um lado, Leopoldo Rodrigues, o actual presidente e recandidato pelo Partido Socialista, habituado a reinar sozinho no palco da ribalta, entre palmas orquestradas e abraços ensaiados. Do outro, José Augusto Alves, candidato pelo Movimento Independente Sempre, em coligação com o PSD e CDS, presente na qualidade de provedor da Santa Casa da Misericórdia — cargo que ainda não permite tapar a cara de campanha com o véu da isenção.

E ali estavam os dois, lado a lado, com sorrisos tensos e mãos frias, como dois convidados forçados a partilhar mesa em casamento de família disfuncional. Leopoldo, visivelmente desconfortável, percebeu que aquele não era o palco exclusivo que tanto desejava. Já não bastava o desconforto de ver José Augusto Alves a ganhar espaço político, agora ainda tinha de dividir os holofotes… e com um convidado.

A ironia? Leopoldo tem usado — dizem muitos — a máquina camarária e os dinheiros públicos para manter uma campanha disfarçada de gestão. Discursos atrás de discursos, inaugurações de obras começadas há anos, selfies com cada planta que se espeta num canteiro municipal. Tudo patrocinado pelos contribuintes. Mas naquele momento, naquele pequeno grande gesto de Milú Pombo, o palco foi partilhado. E Leopoldo percebeu que nem tudo se compra. Nem protagonismo.

Dirão os fiéis seguidores do presidente que tudo não passou de um mal-entendido. Que José Augusto apareceu por cortesia institucional, que nada ali teve cor política. Pois claro. E as campanhas com fundos públicos também são só “comunicação institucional”. A verdade é que, naquele dia, Leopoldo viu-se obrigado a dividir a atenção — e isso, para quem vive de manchetes e painéis encomendados, dói mais do que perder votos.

Milú, sem precisar de um único cartaz, ensinou à política local uma lição de convivência democrática. E se, por um lado, a APPACDM continua a mostrar o que é inclusão, por outro, a Câmara parece cada vez mais especialista em exclusão — da realidade.

Mais uma vez, saiu o tiro pela culatra ao presidente Leopoldo Rodrigues. E desta vez, não foi por falta de aviso, mas por excesso de vaidade.

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Fernando Jesus Pires
Fernando Jesus Pireshttps://oregioes.pt/fotojornalista-fernando-pires-jesus/
Jornalista há 35 anos, trabalhou como enviado especial em Macau, República Popular da China, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coréia do Sul e Paralelo 38, Espanha, Andorra, França, Marrocos, Argélia, Sahara e Mauritânia.

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