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O Mamarracho Eleitoral de Leopoldo Rodrigues: Uma Fonte de Promessas Vazias

Castelo Branco prepara-se para assistir à inauguração de mais uma obra monumental, digna do mais refinado espetáculo político: uma fonte com som, luz e água que promete transformar o Largo da Devesa num autêntico cenário de filme. Ao preço de 740 mil euros, o autarca Leopoldo Rodrigues parece ter encontrado a fórmula mágica para distrair os cidadãos das suas promessas não cumpridas e dos problemas reais da cidade. O que interessa, afinal, quando podemos ter uma fonte que mais parece um foguetório permanente para mascarar a incompetência?

A grandiosidade da obra – dois tanques, bancos, parque infantil, ajardinado e, claro, a promessa de mais árvores – parece ser uma resposta a tudo o que a cidade precisa: não estradas esburacadas, não soluções para os deficientes serviços de saúde, não a melhoria das infraestruturas básicas. O que importa, em tempos de crise, é garantir que o eleitorado continue a olhar para a “beleza” da fonte, onde a água, em vez de refrescar a cidade, serve para apagar os incêndios da gestão municipal desastrosa. O resto? Bem, o resto já é história.

Leopoldo Rodrigues, com a sua habilidade de transformar promessas vazias em projetos de grande escala, parece ter aprendido a lição: a política não se faz com soluções, faz-se com espetáculo. E, se o espetáculo é suficientemente grandioso, o povo esquece os problemas. Afinal, quem precisa de um cemitério novo ou de uma cidade com melhores condições de vida quando pode ter um cenário que parece saído de Las Vegas no coração de Castelo Branco? O que conta é o brilho, a ostentação e a ilusão de progresso, tudo bem disfarçado sob a forma de uma fonte que se promete ser a estrela do próximo verão.

A ideia de uma fonte que jorra água, som e luz é, sem dúvida, uma metáfora perfeita para o que tem sido a gestão de Rodrigues. Promessas de grandeza, soluções superficiais e um espetáculo que oculta a verdadeira face da administração. É impossível ignorar que, ao invés de um projeto sustentável, estamos perante uma cortina de fumo, projetada para desviar as atenções da população das reais necessidades da cidade. A verdade é que o Largo da Devesa, transformado em palco eleitoral, é o reflexo de uma política que se esquece do essencial: a cidade precisa de ação concreta, não de ilusões brilhantes.

Enquanto isso, as obras essenciais continuam adiadas e os planos estruturais permanecem num limbo eterno. Quem vai pagar a conta da manutenção da fonte e do desperdício de água? Provavelmente, seremos todos nós, com mais um aumento nas faturas municipais, ou talvez com promessas futuras de que o sistema de gestão será “melhorado” – claro, após as eleições. E quem vai se lembrar dos problemas concretos da cidade quando tivermos uma fonte luminosa e a ilusão de que algo está a ser feito?

No final, o mamarracho eleitoral de Leopoldo Rodrigues não será lembrado como a grande obra que transformou Castelo Branco, mas como o símbolo da política do espetáculo, onde se prefere a ostentação à substância. Uma fonte monumental assente numa lage com problemas de infiltrações de água no parque automóvel subterrâneo, serve para fazer esquecer os buracos nas ruas, os hospitais que carecem de recursos e as promessas que nunca se concretizam. E, quando finalmente a fonte for inaugurada ao fim dos 120 dias com a obra concluída, em setembro de 2025, a pergunta que se fará será simples: quanto nos custou esta distração e o que, de fato, mudou na nossa cidade?

A verdadeira herança de Leopoldo Rodrigues será uma cidade que afunda lentamente nas suas próprias falhas, enquanto o autarca, com um sorriso no rosto, continua a brindar os cidadãos com fontes de água, som e luz, que pouco ou nada resolvem. Mas, ao menos, são bonitas – e, como toda boa peça de propaganda, garantem votos. É este o legado de quem, ao invés de investir no futuro, prefere fazer brilhar o presente com promessas vazias e mamarrachos eleitorais.

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Fernando Jesus Pires
Fernando Jesus Pireshttps://oregioes.pt/fotojornalista-fernando-pires-jesus/
Jornalista há 35 anos, trabalhou como enviado especial em Macau, República Popular da China, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coréia do Sul e Paralelo 38, Espanha, Andorra, França, Marrocos, Argélia, Sahara e Mauritânia.

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