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Outubro: O Mês das Festas Importadas e da Sondagem Conveniente

“Lá vem arroz.” É com esta expressão que muitos albicastrenses, já cansados da gestão de Leopoldo Rodrigues, reagem ao folhear as crónicas de opinião no ORegiões, onde o presidente da câmara é frequentemente elogiado de forma indulgente. Contudo, neste mês do Halloween, tal elogio poderá ser mais irónico do que nunca, com “doces ou travessuras” a servir de metáfora para a sua liderança errática e a falta de resultados tangíveis numa realidade à vista de toda a gente. E, que só não vê, quem não quer mesmo ver

Leopoldo Rodrigues tem mostrado uma notável incapacidade de dirigir os destinos do município. A gestão municipal, debilitada pela sua falta de visão e liderança, tem sido marcada pela ausência de progresso nas principais promessas eleitorais. É difícil não pensar que qualquer outro candidato, até o mais modesto presidente de uma associação de bairro, faria melhor figura. Aliás, esses líderes associativos, com muito menos recursos, conseguem frequentemente melhorar as condições de vida dos seus associados, coisa que Leopoldo parece ser incapaz de fazer para os albicastrenses.

Outubro tem vindo a consolidar-se como o mês em que uma tradição americana — o Halloween — ocupa cada vez mais espaço no imaginário e no comércio português. As ruas enchem-se de abóboras, máscaras de monstros e bruxas, num desfile de simbologia que, há uns anos, teria causado estranheza, mas que agora é recebido com normalidade. Claro que Castelo Branco não poderia ser exceção a esta onda festiva, ainda mais com o entusiasmo do presidente da câmara, que parece agarrar-se a qualquer desculpa para promover um evento, seja ele de cariz tradicional ou importado. Faltam-lhe projetos concretos? Nada que um bom festejo não resolva, aparentemente.

A realidade, porém, é outra. A um ano das eleições autárquicas de 2025, a gestão de Leopoldo Rodrigues começa a parecer mais uma sucessão de celebrações e anúncios vazios do que uma governação com impacto real na vida dos munícipes. Em vez de concretizar as promessas feitas em 2021, o presidente tem-se ocupado em apresentar projetos que parecem desconexos daquilo que foi proposto na campanha. Talvez a maior festa de todas seja a sua própria sobrevivência política, numa cidade onde os problemas reais permanecem à espera de solução.

Não seria surpresa se, neste contexto, surgisse uma sondagem conveniente para medir o pulso da população. Mas, se Leopoldo encomendasse uma, os resultados poderiam ser desconfortáveis. Afinal, o povo tem olhos na cara. E entre um presidente que não cumpre e um possível candidato da oposição que, com menos recursos, já conseguiu apresentar resultados palpáveis, a escolha não será difícil. Não custa imaginar uma das questões dessa sondagem: “Em quem confia mais para liderar Castelo Branco, num presidente que prometeu muito e fez pouco, ou num opositor que já fez mais com menos?” A resposta, caso Leopoldo continue a dar prioridade a festas e folias, pode muito bem deixá-lo a braços com o fim precoce da sua carreira política.

Se o presidente não mudar de estratégia rapidamente, arrisca-se a entrar para a história como o autarca de um só mandato. A ressaca eleitoral de 2025 pode muito bem ser mais amarga que qualquer travessura de Halloween. Enquanto as abóboras continuam a enfeitar as lojas, o grande desafio para Leopoldo será encarar a realidade sem disfarces: o eleitorado albicastrense está cada vez mais atento e menos disposto a ser iludido por uma governação de fachada.

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Fernando Jesus Pires
Fernando Jesus Pireshttps://oregioes.pt/fotojornalista-fernando-pires-jesus/
Jornalista há 35 anos, trabalhou como enviado especial em Macau, República Popular da China, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coréia do Sul e Paralelo 38, Espanha, Andorra, França, Marrocos, Argélia, Sahara e Mauritânia.

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