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Celebrar em jeito de avaliação e maior empenho

Com alegria e gratidão, no próximo dia 21 de agosto, começamos a celebrar os 475 anos da criação da Diocese de Portalegre. Foi em 1549, no reinado de D. João III, Rei de Portugal, que o Papa Paulo III a criou. E como a grandeza é a única medida das coisas grandes, a celebração far-se-á ao longo de todo o ano jubilar, consoante a consciência de pertença e o zelo que cada comunidade, cada família e cada diocesano tem de ser peregrino pelos caminhos da sua mente e do seu coração, devendo aproveitar tudo quanto de útil lhe é oferecido para, vencidos os obstáculos, chegar à meta com alegria e proveito. “O meu caminho – escreveu Sebastião da Gama – é por mim fora, até chegar ao fim de mim e encontrar-me com Deus”.

O que é que o Espírito de Deus tem a dizer à Igreja que cada um de nós é e à Igreja que nós somos? O ateísmo prático impera e anestesia espiritualmente. Certas tradições religiosas e piedade popular que sempre privilegiamos pela sua riqueza e espaço de evangelização, em alguns lugares promovem-se mais como isca para turistas virem e verem do que para aprofundar e avivar a cultura da fé. O compromisso individual e familiar com a vivência e o anúncio do Evangelho descarta-se e apenas se exige aos outros. Os não praticantes aumentam e “procuram explicar e justificar a própria posição em nome duma religião interior, da autonomia ou da autenticidade pessoal”, como afirmava Paulo VI (EN56). O mesmo Papa referia que “os homens poderão salvar-se por outras vias, graças à misericórdia de Deus, se nós não lhes anunciarmos o Evangelho; mas nós, poder-nos-emos salvar se, por negligência, por medo ou vergonha (…) ou por se seguirem ideias falsas, nos omitirmos de o anunciar?” (EN80). Esperemos que o ano jubilar que agora vamos iniciar, nos ajude a refletir sobre o nosso desempenho como homens novos, como mulheres novas, como famílias novas, como comunidades cristãs novas pela novidade do Batismo e da vida segundo o Evangelho.

Com todas as dificuldades que isso possa trazer, vamos festejar o aniversário da Diocese no seu próprio dia. É uma quarta-feira, um dia de semana e de férias para muita gente. Mas é esse o dia a assinalar, conforme também foi sugerido e combinado nos órgãos de corresponsabilidade e comunhão desta Diocese de Portalegre-Castelo Branco. Terá inicio com o acolhimento, às 15,30 horas, na catedral, seguindo-se uma sessão solene com uma conferência intitulada “Documentos fundacionais”, pelo Reverendo Cónego Bonifácio dos Santos Bernardo, Deão do Cabido. Haverá um Momento Musical pelos “Euterpe Five” e a Inauguração duma Exposição Evocativa sob o tema “Bispado de Portalegre: 475 anos”, na própria Catedral e seus anexos. Terminamos esta Celebração de Abertura do Ano Jubilar com uma Eucaristia de Ação de Graças. O convite está feito a todos os diocesanos, mesmo que isso lhes possa acarretar alguns sacrifícios. Sempre ouvimos dizer que correr por gosto e com proveito não cansa, fortalece e enriquece.

A partir desta data, a Catedral estará disponível para quem, em grupo ou pessoalmente, ali queira peregrinar, havendo já datas agendadas para uma Peregrinação conjunta de cada um dos Arciprestados, independentemente de também as paróquias, as obras e os movimentos de apostolado, as Irmandades/Confrarias e as próprias famílias o decidirem fazer. Na catedral, a Eucaristia dominical, na qual, quem peregrina em espírito jubilar se pode integrar, é sempre às 11 horas. Os Arciprestados e paróquias que vierem de forma organizada e preparada, se trouxerem Sacerdote, poderão fazer o seu próprio horário em comunhão com o Pároco. É uma oportunidade de renovação e de conversão espiritual, bem como, assim o tenho constatado por essas aldeias fora, é uma oportunidade para muitos diocesanos, por estranho que pareça, entrarem e verem, pela primeira vez, a Catedral, a sede do Bispo, a igreja mãe, sede de toda a Diocese, bela como sempre e recentemente renovada.

Tendo em conta o pedido que lhe fizemos, o Santo Padre, através da Penitenciaria Apostólica, concedeu à Catedral de Portalegre, por razão desta efeméride, a graça de ser Igreja Jubilar ao longo de todo este ano celebrativo. Assim, nas habituais condições de Confissão Sacramental, Comunhão Eucarística e Oração segundo as intenções do Sumo Pontífice, benignamente concede a Indulgência Plenária, a lucrar pelos fiéis verdadeiramente arrependidos e impelidos pela caridade, desde o dia 21 de Agosto de 2024 até ao dia 21 de Agosto de 2025, a qual também podem aplicar, a modo de sufrágio, pelas almas dos fiéis retidas no Purgatório, se em forma de peregrinação visitarem a própria igreja catedral e nela devotamente participarem nos ritos jubilares, ou ao menos fizerem piedosas reflexões por tempo conveniente, concluindo com a Oração do Senhor, com o Símbolo da Fé e com as invocações da Bem-aventurada Virgem Maria. Os idosos, os enfermos e todos os que por causa grave não podem sair de casa, poderão igualmente obter a Indulgência Plenária, detestando todo o pecado, e com a intenção de cumprir as três costumadas condições, onde primeiramente lhes for possível, se espiritualmente se unirem às celebrações jubilares e oferecerem ao Deus misericordioso as suas preces e dores ou os incómodos da própria vida”.

Em dia que há de ser combinado nos órgãos diocesanos de comunhão e participação, tendo em conta a melhor data para os fiéis, depois de oferecido o santo Sacrifício, é-nos dada a faculdade de oferecer a todos os fiéis cristãos presentes que, verdadeiramente arrependidos e impelidos pela caridade, assistirem aos mesmos atos sagrados, a Bênção papal com a Indulgência Plenária anexa, a lucrar nas condições habituais de Confissão sacramental, Comunhão eucarística e Oração segundo as intenções do Santo Padre. Os fiéis que devotamente receberem a Bênção papal, embora, por circunstância razoável, não participem fisicamente nos ritos sagrados, poderão obter a Indulgência Plenária, desde que sejam seguidos com piedosa intenção da mente os próprios ritos, enquanto são realizados e difundidos através dos meios de comunicação social.

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Antonino Dias
Antonino Dias
“É a logica que faz prestar atenção ao clamor do pobre, do mais fraco, do marginalizado, lógica de quem se opõe à violência dos que se servem da riqueza e do poder, da injustiça e da indiferença para humilhar e explorar os outros”, disse D. Antonino Dias - 22/11/2019".

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