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Pobre Ron McDonald

O milionário de milhões herdados Donald Trump (‘trump’ quer dizer ‘trunfo’, como nas cartas) comprou há uns 16 anos um partido de direita conservadora, o pobre e desfeito Partido Republicano, que, depois de John McCain, não tinha ninguém com ideias próprias. Este partido, sem comparação com qualquer dos nossos, é ultraconservador, da direita mais retrógrada que se possa imaginar. Não, não é o Chega. Ao pé dos Republicanos, o Chega é um menino de coro. Tão velho e retrógrado é esta agremiação que a alcunha é GOP – Great Old Party (ou Grande e Velho Partido). Adoram Jack Daniels e pensam que aquilo é whisky.

Daqui a uma semana, os américas vão votar para eleger o Presidente da República Federal dos Estados Unidos da América do Norte (EUA). Um dos candidatos, sabemos, é o Donald, que além de racista, machista, patranheiro e aldrabão, não pensa e há anos que não lê nem um livro. Esteve quase a patinar com a Covid, mas tratamentos à época experimentais lá o safaram do encontro com belzebu.

Mas há outro grande partido nos EUA. Chamam-se Democratas e já se chamaram Republicanos – um dia conto. Os Democratas (DEM) têm um paralelo português: será a ala direita do PPD/PSD. Embora considerado “de esquerda” lá onde o Vespúcio encalhou o barco, os Democratas têm medo da expressão “esquerda democrática” e mesmo de “social-democracia”. Defendem o direito a todos terem uma arma e a pena de morte. Julgo que nem o nosso PSD entrava nestas andanças. Enfim, os Democratas estão entre a Iniciativa Liberal e o Chega, vá, mas quando querem ser de esquerda foge-lhes o pé para o PSD.

A candidata dos DEM é Kamala Harris, que tentou ser concorrente a Presidente dos EUA há seis anos, mas foi liquidada nos primeiros meses da corrida. O actual Presidente foi rebuscá-la para compor o ramalhete, pois lá na América vota-se para Presidente e Vice-Presidente ao mesmo tempo. À parelha chamam “ticket”, ou “bilhete”. O bilhete dá direito a ficar com o par.

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O que está em causa? Enfim, está em causa muito, dependendo de quem olha. Os EUA estão em maus lençóis financeiros, têm uma política agressiva contra produtos importados (põem impostos em cima do preço, para que quase ninguém os possa comprar), estão longe de cumprir a carta dos Direitos Humanos, são, com a China, os maiores especuladores financeiros do planeta, etc.

Os pobres americanos vão ter de optar por uma segunda escolha (Harris) e um louco (Trump). Mas há mais gente. A lista ainda conta com mais um trio bem interessante.

O primeiro é Cornel West, académico e activista de renome, que começou pelo Partido Verde mas decidiu avançar de forma independente, defendendo justiça social, combate à pobreza e uma reforma abrangente na saúde.

Já Jill Stein, também do Partido Verde, voltou à disputa depois da sua campanha em 2016, focada em acções climáticas e reformas económicas sistémicas.

E temos o Trump versão Joker em Chase Oliver, o candidato do Partido Libertário, que quer um governo mais reduzido, mais liberdade individual e uma economia mais desregulada – o defensor máximo da “liberdade” em todas as suas formas! Não sei se Chase também quererá que andemos nus. Mas por mim…

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Joao Vasco Almeida
Joao Vasco Almeida
Jornalista, autor, (pré-agricultor).

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