«Há muros que separam nações, há muros que dividem pobres e ricos. Mas não há hoje no mundo muro que separe os que têm medo dos que não têm medo. Sob as mesmas nuvens cinzentas vivemos todos nós, do sul e do norte, do ocidente e do oriente. Citarei Eduardo Galeano acerca disso que é o medo global: “Os que trabalham têm medo de perder o trabalho. Os que não trabalham têm medo de nunca encontrar trabalho. Quando não têm medo da fome, têm medo da comida. Os civis têm medo dos militares, os militares têm medo da falta de armas, as armas têm medo da falta de guerras.” E, se calhar, acrescento agora eu, há quem tenha medo que o medo acabe.»
As palavras de Mia Couto focam-se no medo. Eu prefiro focar-me na coragem. Naquela força libertadora que desfralda a vontade de mudança agitando-a com bravura aos quatro ventos. Naquele apoio, que começou silencioso, mas que vai começando a fazer ouvir a sua voz, convidando, com intrepidez, outras vozes a deixarem de estar em silêncio para se juntarem à sua, que é também, a nossa voz. Naquele impulso quase irracional que nos faz tomar decisões para assumir as rédeas do nosso destino.
Todos temos a oportunidade de mudar o futuro. Não o de todos, mas o de cada um. E se cada um mudar o seu futuro, o futuro de todos será, provavelmente, também ele diferente.
Haja coragem. Enfrentemos com ousadia aqueles que nos tentam assustar com a certeza de que esses que cultivam o medo, têm muito mais medo do que aquele com que nos tentam condicionar. É que há quem tenha medo que o medo acabe porque sabem que a coragem dá coragem àqueles que se apercebem que não estão sozinhos. E o ganho desta consciência dá origem a uma transformação sem ponto de retorno. Para todos e não apenas para alguns e para melhor, para muito melhor!
E permitam-me que vos lembre, Abrantes tem Alternativa. Uma Alternativa que faz dessa coragem parte da sua essência. Uma Alternativa que analisa, que debate, que propõe. Uma Alternativa que, em cinco anos, conquistou o seu espaço por direito próprio e que tem contribuído diariamente para a construção da democracia local. Sim, é incontornável. Abrantes tem, de facto, Alternativa!