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Para que servem mais de 500 anos de relações entre Portugal e a China?

Portugal devia aproveitar Macau para reforçar as relações com a China, assumindo um papel muito mais ativo, agora que a Europa deixou de ver aquele país como inimigo, ao contrário dos EUA.

Muitos leitores de ORegiões, de alguma forma ligados a Macau, percebem a razão desta crónica. Onde estão as especiais relações de amizade entre Portugal e a China, esse tal
abraço de culturas? Sempre nos orgulhámos das centenárias excelentes relações diplomáticas, económicas e sociais, designadamente encarando Macau com porta entre o Ocidente o Oriente.

Repare-se que a Europa, até há pouco tempo, culpava-se por ter permitido ficar tão dependente do estrangeiro, designadamente da China, dando como exemplo a pandemia, de onde máscaras e outro material teve de ser importado… e agora a China é a salvação! Donald Trump é excêntrico, narcisista e incoerente, mas já Biden encarava a China como uma ameaça central à sua hegemonia económica, tecnológica e militar, e até à sua autonomia estratégica.

Sanchez visitou a China e mostrou o interesse da Europa em ter boas relações políticas e económicas com esse país, não seguindo a ideia americana de que a China é o principal inimigo. Mesmo Von der Leyen, que durante o seu primeiro mandato liderou uma política de ataque às relações com a China, tem vindo a suavizar o seu tom nos últimos meses… agora, a chefe da Comissão prefere falar de uma política externa “transacional”, para “se envolver construtivamente” com Pequim. Von der Leyen e António Costa visitam China em julho de 2025. Não deverá António Costa realçar a força dos PALOPS, neste mundo em mudança, onde a diversificação de relações entre países se torna essencial?

O que foi fazer Paulo Rangel a Macau e à China? Tratar dos vistos e pouco mais! Portugal devia investir comercialmente na China e, ao mesmo tempo, atrair mais empresas chinesas a investir no país, como fez recentemente o fabricante de veículos elétricos BYD.

Portugal orgulha-se de ser a nação europeia que mantém as relações de amizade mais longas (desde o século XVI) com a China, bem como de ter sido pioneira na difusão da sofisticada e avançada civilização chinesa às restantes nações ocidentais, o que viria a influenciar a moda europeia, com um gosto à chinesa – a “chinoiserie”. A Comunidade portuguesa na China e a Chinesa em Portugal têm crescido desde a criação da Região Administrativa Especial de Macau. De tal forma que para além da Embaixada em Pequim (Beijing) e do Consulado em Macau, Portugal abriu um novo consulado em Cantão (Guangzhou) Trump meteu-se num beco sem saída, a China não vai intimidar-se e até já proibiu a exibição dos filmes americanos nos cinemas em todo os distritos. A China possuiu
capacidade e trunfos para travar uma guerra fiscal “e o Tio Patinhas vai perder atendendo a que o povo chinês é muito unido, e está preparado para defrontar o Trumpeta” (na opinião de um amigo macaense)

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Joaquim Correia
Joaquim Correia
“É com prazer que passo a colaborar no jornal Regiões, até porque percebo que o conceito de “regiões” tem aqui um sentido abrangente e não meramente nacional, incluÍndo o resto do mundo. Será nessa perspectiva que tentarei contar algumas histórias.” Estudou em Portugal e Angola, onde também prestou Serviço Militar. Viveu 11 anos em Macau, ponto de partida para conhecer o Oriente. Licenciatura em Direito, tendo praticado advocacia Pós-Graduação em Ciências Documentais, tendo lecionado na Universidade de Macau. É autor de diversos trabalhos ligados à investigação, particularmente no campo musical

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