Há uma linha que separa isto, daquilo… mas há outra que junta, acrescenta e dá continuidade numa lógica de coerência.
Coerência… ou falta dela, que observamos no ir deixando para se fazer depois.
Depois, mais perto das novas tomadas de decisão porque a memória é seletiva e normalmente recorda o que é presente e esquece o que foi passado.
E façam-me o favor, não me provoquem com perguntas estúpidas questionando a legitimidade de se fazer obra em ano de eleições.
Calma, descansem os espíritos inquietos, não me refiro a nenhum caso em particular porque este fenómeno de “aculturação estratégica” é transversal de norte a sul deste Portugal.
Talvez a solução passasse por encurtar o período dos mandatos. Acredito que a maioria seja naturalmente levada a pensar que não se justifica aumentar custos sem termos retorno do nosso investimento. Mas aqui talvez valha a pena refletir sobre os custos ocultos da gestão do faz de conta.
E o álibi da falta de tempo para apresentar obra é facilmente desmentido por quem prova e mostra que a atitude e a competência fazem a diferença… e que o tempo é apenas uma variável que é controlada por quem gere.
Além do mais, esta “falta” de tempo obriga a colocar o foco naquilo que é de facto prioritário deixando de haver tempo para o despesismo do acessório e para o culto do vício.
Culto do vício, que mina o presente, compromete o futuro e que potencia o desenvolvimento de relações perigosas.
Relações perigosas que convidam ao “investimento” em políticas que brilham… que remetem para o imaginário, mas que estão vazias de conteúdo.
Conteúdo que vai escasseando e em volta tudo vai definhando.
Mas a política do brilho e do foguetório, cega e distorce a realidade… vendo e querendo fazer-nos ver aquilo que na realidade não existe… ou que existe apenas na fantasia do imaginário.
Nem tudo está mal… mas muito, podia e devia estar melhor.
Tenhamos esperança. Há sinais que mostram que há vontade de se emendarem erros do passado. Há outros sinais que provam que há potencial para acreditarmos que é possível inverter a espiral estranguladora do desenvolvimento.
Há de facto uma linha…
Brilhemos menos… façamos mais!